"Eu adoraria ser sua madrinha", revelou, caminhando pelo palco logo em seguida se divertindo segurando um buquê de flores. "Parabéns, eu estou muito feliz por vocês", parabenizou Adele ao finalizar a conversa Reprodução internet

Rio - A defesa do compositor brasileiro Toninho Geraes protocolou, nesta quinta-feira (2), uma notícia-crime contra a cantora britânica Adele na 4ª DP (Presidente Vargas). A denúncia sugere que os supostos representantes da artista cometeram falsidade ideológica e fraude processual no processo que pede a retirada da música 'Million Years Ago' de plataformas musicais por suspeita de plágio com a canção 'Mulheres'.
No documento, os advogados de Toninho alegam uma série de irregularidades na procuração apresentada pelos advogados de Adele, do produtor Greg Kurstin, da gravadora XL Recordings e da distribuidora Universal Music. São pelo menos quatro apontamentos.
Na queixa-crime, a defesa do compositor brasileiro diz que o documento enviado pela defesa dos réus tem rasuras e entrelinhas inseridas à mão. Além disso, a versão em inglês não seria uma tradução juramentada, como determina a lei. Por exemplo, há termos em português e inglês na mesma frase: "São Paulo, 19 December de 2024". 
A divergência nas assinaturas da cantora britânica também chamou a atenção da defesa de Toninho, que já solicitou um exame grafotécnico. Por último, os advogados citam no documento que o local das assinaturas estão diferentes, sendo uma em São Paulo e outra em Los Angeles, nos Estados Unidos. 
"Ora, se veio ao Brasil, até São Paulo, por que não compareceu à audiência, como era obrigatório? Não bate. Por que não participou pelo link que o Juiz disponibilizou? Também não bate. Por que os advogados falaram em "fuso horário"? De São Paulo para o Rio não há fuso horário", questiona o advogado do compositor, Fredímio Biasotto Trotta.
Em entrevista ao DIA, Fredímio explica a importância de buscar respostas para os apontamentos mencionados acima. "A importância desta investigação também se dá pelo fato de que, não estando os réus Adele, Greg e Beggars regularmente representados no processo, mas sim por pessoas que não guardam vínculo formal com os mesmos, esses três réus poderiam mais tarde, diante de uma derrota, vir ao processo, alegar que não sabiam de nada, por serem estrangeiros e estarem distantes, e anularem todo o processo, voltando o mesmo a uma etapa inicial. Entendemos que não se deve banalizar o plágio, nem banalizar a falsificação de documentos, deixando de puni-los. Mas, no caso concreto, a ausência de investigação colocaria em risco a própria validade do prosseguimento processual", disse. 
Por fim, a defesa de Toninho destaca que a própria cantora também pode estar sendo vítima de falsificação. "Presume-se que ela não falsificou a própria assinatura ou consentiu que o fizessem. Se alguém o fez sem que ela soubesse e o permitisse, ela também é vítima, tanto quanto o Toninho, os advogados dele e o Juízo. Mas só as investigações, policiais e judiciais poderão esclarecer, para que depois as penas possam ser aplicadas aos partícipes", concluiu o advogado.
Primeira vitória judicial para Toninho Geraes
A primeira vitória do brasileiro contra Adele na Justiça do Rio de Janeiro foi em dezembro do ano passado. Na ocasião, o juiz determinou que a música 'Million Years Ago', de Adele, fosse retirada de todas as plataformas digitais por plagiar a canção brasileira 'Mulheres', interpretada por Martinho da Vila.
A decisão aconteceu após Toninho Geraes, compositor da música, processar a cantora britânica por plágio. Caso a canção não seja retirada das plataformas, uma multa de R$ 50 mil será cobrada. A sentença foi assinada por Victor Agustin Cunha, juiz do TJRJ. Ele afirmou que Millions Years Ago tem forte indício "da quase integral consonância melódica" de Mulheres.
Protocolado em fevereiro, o processo de Geraes pede R$ 1 milhão de indenização à Adele, ao produtor Greg Kurstin e às três gravadoras responsáveis pelos direitos da canção.