Rio - Depois de dias de sofrimento e angústia, a família de Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça durante abordagem da PRF na BR-040, no último dia 24, véspera de Natal, comemora cada evolução no quadro de saúde da jovem. Nesta sexta-feira (4), o pai da jovem, Alexandre Rangel, disse ao O DIA que a filha "melhora a cada dia". Segundo a direção do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, a paciente já passa iniciou o processo para a retirada da ventilação mecânica.
"A cada dia que passa ela está se recuperando melhor. Está interagindo. Respondendo bem. Balançando a cabeça para dizer que sim e que não. Já mexe os braços e as pernas. Graças a Deus", disse Alexandre.
Em novo boletim médico, divulgado nesta sexta-feira (3), às 18h, a direção da unidade de saúde, em Saracuruna, onde Juliana segue internada, informou que a evolução da paciente vem sendo diária. O balanço informa ainda que ela já responde bem ao protocolo de redução da ventilação mecânica.
Nessa etapa, a paciente passa por testes para ficar períodos fora do respirador e com respiração espontânea. Esse processo deve seguir conforme a tolerância de Juliana, informou a direção da unidade.
"Do ponto de vista neurológico, a paciente vem progredindo o nível de consciência, sem novos déficits; com despertar espontâneo e interação com o meio, mas ainda não sendo possível avaliação completa de possíveis sequelas permanentes. A paciente segue em terapia intensiva, em acompanhada pelo serviço de neurocirurgia, em conjunto com equipe multidisciplinar", detalha o boletim.
A paciente vem apresentando melhora considerável desde a última terça-feira (31), véspera de Ano Novo, quando foi iniciado o processo de retirada da sedação. No dia seguinte, a família já percebeu as primeiras respostas de Juliana. "Ela abriu os olhos e quando falei com a mãe dela, ela desviou o olhar para me procurar", lembrou Alexandre.
Nesta quinta-feira (2), a estudante de enfermagem chegou a mexer os lábios para tentar responder familiares. "Ela está lutando", disse a mãe, Dayse Leite.
Juliana foi atingida na cabeça na véspera de Natal, quando o carro da família passava pela Rodovia Washington Luiz (BR-040), altura de Duque de Caxias. Ela, o pai, a mãe, o irmão e a namorada do irmão seguiam de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para Itaípu, na Região Metropolitana, para participar da ceia na casa da irmã, Jessica Rangel.
O tiro que atingiu Julian perfurou a traseira do veículo, modelo Fiat Siena. O disparo teria sido feito por agentes da PRF que perseguiram o carro, mas, segundo a família da vítima, não deram qualquer ordem de parada antes de disparar.
Agentes afastados
Os três agentes da PRF envolvidos na ação da PRF, todos deslocados do serviço interno para plantão, no dia do caso, véspera de Natal, foram afastados pela corporação. Inicialmente, os policiais defendiam que haviam ouvido disparos vindos do carro das vítimas, mas depois reconheceram que cometeram um equívoco.
O caso é alvo de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) aberto pelo Ministério Público Federal (MPF).
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