Rio - Segundo um levantamento da Enel, os municípios de Magé, na Baixada Fluminense, e São Gonçalo, na Região Metropolitana, lideram o ranking de furtos de energia, prática popularmente conhecida como 'gatos'. De janeiro a novembro do ano passado, as cidades registraram, respectivamente, 39,3% e 39,2% de perdas de energia, o que significa que quase 40% de toda a energia distribuída pela empresa nessas duas cidades foi perdida, principalmente por causa das ligações irregulares.
Araruama, Cabo Frio e Angra dos Reis completaram o ranking com os maiores índices de furto de energia nos 11 primeiros meses do ano passado, com índices de perda de 28,9%, 26,9% e 24,1%, respectivamente. O ranking mapeou os 66 municípios da área de concessão da Enel no estado do Rio.
De acordo com a concessionária, até novembro, foram realizadas mais de 260 mil inspeções na rede elétrica para impedir o furto na área de concessão da empresa. Neste período foram registrados 192 boletins de ocorrência na Polícia Civil, com 110 pessoas detidas.
Áreas de risco com restrição operacional
A Enel estima que 15% do total da base de clientes da distribuidora está concentrado em áreas com severa restrição operacional. Essas áreas de risco são responsáveis por mais de 20% do total de perdas registradas pela Enel Rio. De janeiro a novembro deste ano, o volume de energia furtada apenas nessas localidades com restrição operacional seria suficiente para abastecer todo o município de Saquarema no período, por exemplo.
Fraudes e furtos são crimes previstos no Código Penal, e a pena pode variar de um a oito anos de detenção. Além disso, a Enel também cobra os valores retroativos referentes ao período em que ocorreu a irregularidade, acrescida de multa, de quem praticou as fraudes. Cometem crime tanto as pessoas que executam fisicamente a fraude nas instalações quanto os titulares das contas de energia.
A Enel explica, ainda, que além de crime, as fraudes e furtos comprometem a qualidade do serviço prestado, o que prejudica todos os consumidores da concessionária com maior número de interrupções e, por vezes, dificultando o retorno da energia elétrica. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes, deixando o sistema de distribuição mais suscetível às interrupções no fornecimento de energia.
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