Amanda da Silva Barros, 30, sofreu parada cardiorrespiratório durante aplicação de balão intragástrico Reprodução/Redes Sociais
Segundo uma tia, que não quis se identificar, apesar de muito próxima da família, Amanda não contou sobre o procedimento e apenas o marido sabia, mas também foi contra. Familiares souberam da morte da auxiliar por uma tia do companheira que a acompanhava, quando a mulher percebeu a chegada de equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Clínica Endoscorpus.
A auxiliar administrativa era casada e deixa três filhas. "Elas estão extremamente abaladas, porque a Amanda era uma mãe incrível, super alegre, fazia a casa dela o melhor ambiente para todos, para as filhas, para o marido. Era uma menina batalhadora, que zelava pela família, pelas filhas e está todo mundo muito abalado".
Para a irmã, que também não quis se identificar, a vítima era como uma segunda mãe. "Ela trazia alegria para todo mundo, eu contava tudo da minha vida para ela, eu tinha ela não só como minha amiga, mas como uma mãe, porque ela sempre cuidou de mim. Ela sempre me chamou atenção na hora que precisava, sempre me deu muitos conselhos. Ela era uma menina muito maravilhosa. É muito triste, é revoltante. Como uma clínica que não tem especialidade para essas coisas está aberta? É muito revoltante", lamentou.
A tia contou que a clínica ofereceu ajuda financeira para custear o sepultamento, mas a família recusou. "A família está devastada com essa perda, com esse ato inconsequente dos médicos, da clínica. A clínica entrou em contato querendo pagar o enterro e a gente quer deixar bem claro para a clínica que a gente não precisa de um centavo deles, a gente não precisa de dinheiro. A gente só precisa de justiça por um erro tão grotesco que aconteceu com a Amanda".
Segundo a 72ª DP (São Gonçalo), os agentes realizaram perícia no local e também vão periciar o corpo da vítima. Até o momento, já prestaram depoimento a médica, a anestesista e a equipe responsável pelo procedimento, além do marido de Amanda. As informações iniciais indicam que a médica atuava regularmente, mas a delegacia vai acionar o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) para confirmar se a profissional estava habilitada para o procedimento.
Em nota, a defesa da Clínica Endocorpus disse que "está prestando toda a assistência necessária à família, oferecendo apoio e cuidados durante esse momento delicado" e que "tem colaborado ativamente com as autoridades competentes, prestando os devidos depoimentos na sede policial, para que a apuração dos fatos se dê de forma justa e transparente".
Até o momento, não há informações sobre o sepultamente da vítima. "A família espera justiça, que a clínica se responsabilize pela morte da Amanda. E não é se responsabilizar financeiramente, não. É se responsabilizar pelo fato ocorrido, para que não aconteça com outras famílias, porque o dinheiro não vai trazer a Amanda de volta. A clínica, a médica, a equipe médica, precisam ser punidas", desabafou a tia.
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