Chão da passarela está liso e escorregadio Pedro Teixeira/Agência O Dia
Segundo Mauro Sérgio, presidente da Associação de Moradores e Amigos da Praça da Bandeira, a situação já se arrasta por anos. Mesmo com diversos pedidos feitos, nenhuma solução foi apresentada.
"Queremos uma solução. Aqui moram vários idosos, mas como usa a academia para a terceira idade que fica na praça se não tem acessibilidade? Não dá para fazer alguma coisa promissora dentro da praça com o acesso restrito que temos. Não tem como atravessar por baixo, então vamos fazer o que? Não tem acessibilidade a menos de um quilômetro da sede da Prefeitura do Rio", questiona.
Visivelmente, a passarela apresenta diversos problemas em sua estrutura, como chão escorregadio, grade de proteção quebrada e com pontos de desgaste, degraus irregulares e pontos enferrujados. Além disso, sempre que chove, a água fica acumulada durante dias entre as escadas e a fiação fica bem próxima aos pedestres.
Para Mauro, o bairro é como o coração da cidade e precisa ser olhado com mais cuidados pelo poder público. "A Praça da Bandeira é o coração nervoso da cidade, porque aqui é entrada e saída para tudo quanto é lado, você entra ali e saí em São Cristóvão, segue ali vai pro Maracanã. Se você vai aqui, está na Prefeitura, por ali, Leopoldina, Ponte Rio-Niterói. Não é possível que a gente não mereça uma atenção", disse.
Além disso, o presidente da associação ainda citou a falta de iluminação que não só prejudica o trajeto à noite, como também aumenta a sensação de insegurança.
"Essa passarela não tem uma iluminação, é um breu, não tem a segurança mínima. Tem um vão que é protegido por fios. Será que esse fio vai segurar alguém que tropecem dê um escorregão?", indaga.
Os degraus, já desgastados pelo uso, estão irregulares, com pedras aparentes: "Esses degraus, todos eles degradados, qual é a possibilidade de tropeçar subindo ou descendo nesses degraus? A gente quer atenção, a gente quer solução, só isso".
Mauro ainda diz que recebeu como resposta, em uma das vezes em que tentou uma solução para o problema, que seria inviável a colocação de uma nova passarela no local devido ao tamanho das calçadas.
"Funcionários dizem que existem dificuldades que inviabilizam a substituição da passarela por causa de calçada, ponto. Com todo o respeito, mas se a prefeitura foi capaz de fazer o túnel Marcelo Alencar, fazer as obras no Porto Maravilha e fazer três reservatórios na Grande Tijuca, inclusive esse aqui da Praça da Bandeira, dizer pra um mero cidadão de que não tem condição de substituir uma passarela? Eu como cidadão tenho o direito de dizer que está faltando vontade. Se dá pra fazer tudo isso, como é que não dá pra substituir uma passarela?", argumenta.
Em uma das ocasiões em que conseguiu uma reunião, de acordo com Mauro Sérgio, o então subprefeito teria informado que havia um croqui da nova passarela, mas o desenho nunca foi apresentado aos representantes da associação.
"O antigo subprefeito, quando nos recebeu, logo no início do mandato, se resumiu a dizer que já tinha uma planta, já tinha o croquis da passarela, estava avaliado em R$8 ou 10 milhões, mas que a prefeitura não ia gastar dinheiro com a passarela agora. Depois virou as costas e saiu da sala, me deixou com os assessores dele na reunião dizendo que infelizmente tinha que sair por outro compromisso", diz.
Os moradores não são os únicos afetados pela má conservação da passarela. Juliana Pereira é moradora do bairro Tijuca, costuma passar pelo local frequentemente, mas não se sente segura.
“Eu morro de medo de passar, parece que vai cair. Toda vez, eu passo rezando para não ser assaltada ou para não cair. De noite é escuro demais. Final de semana então, nem pensar", disse.
Procurada pela reportagem de O DIA, a Prefeitura do Rio informou que enviará uma equipe para avaliar e programar os serviços necessários, porém não estabeleceu um prazo para tais serviços. Ainda de acordo com o presidente da associação, em outras oportunidades, a resposta do órgão foi a mesma, porém, não houve retorno de funcionários e nem melhorias feitas na passarela.
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