Carlos Antônio da Silva está internado no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes após ser baleadoArquivo Pessoal

Rio - A família do motorista de aplicativo Carlos Antônio Floriano da Silva, de 35 anos, baleado após visitar a casa da ex-mulher em Magé, na Baixada Fluminense, alega que o crime foi cometido pelo atual companheiro dela por ciúmes. Segundo uma prima da vítima, o suspeito fingiu pedir desculpas depois de uma discussão e atirou contra o homem.
Ao DIA, a cuidadora Camila Castorino, de 24 anos, contou que Carlos decidiu levar uma cesta básica para os quatros filhos que tem com a mulher a que enviar dinheiro para alimentação. A familiar afirmou que a ex e o atual namorado dela são usuários de drogas e já utilizaram entorpecentes na frente das crianças, causando incômodo na vítima.
"Muita gente tem julgado o motivo dele não ter mandado o dinheiro, mas o cara que atirou nele é usuário de drogas, então o meu primo preferiu levar comida. Eles já haviam discutido antes, pois, às vezes, as pessoas ligavam pro meu primo para avisar que a mãe e o atual namorado estavam se drogando na presença das crianças e ele não concordava com isso, porém nunca foi nada grave nesta proporção", comentou.
No último sábado (25), segundo a família, o suspeito recebeu Carlos em sua casa com xingamentos e houve uma breve discussão. O motorista deixou as cestas e começou a ir embora. Contudo, o autor teria o seguido até o meio da rua e estendido a mão fingindo que ia pedir desculpas. Foi neste momento que ele atirou.
"Meu primo conseguiu correr um bom pedaço até onde foi socorrido. Esse homem queria finalizar e matar ele, mas as pessoas do local o socorreram. Carlos é trabalhador. Nunca deixou de levar as coisas pro filho dele. Isso que o rapaz fez foi uma covardia. Agiu covardemente. Fingiu que ia se desculpar e atirou à queima-roupa", disse Camila.
A prima ainda destacou que o suspeito tem histórico de agressão contra uma ex-mulher e que já atirou em outra pessoa na região. Até o momento, o autor ainda não foi preso, pois não teria um mandado de prisão contra ele.
"Esperamos que ele seja preso e pague pelo o que fez com um trabalhador, pai e uma pessoa muito boa e responsável. Enquanto esse descaso acontece, é capaz desse autor ter ido embora já. Não sabemos onde ele está. Queremos somente justiça pelo meu primo e pelas pessoas que ele já fez mal e tiveram medo de denunciar", finalizou.
Os filhos de Carlos, de 12, 8 e um casal de gêmeos, não presenciaram o crime. Eles estavam dentro de casa no momento do disparo.
Estado gravíssimo
Depois de ser baleado, Carlos foi socorrido e encaminhado para o Hospital Municipal de Magé. De lá, houve a transferência para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, ainda na Baixada. Ele está internado na unidade desde o sábado (25).
Em boletim atualizado na manhã desta quinta-feira (30), a Prefeitura de Duque de Caxias informou que o homem chegou com uma perfuração de arma de fogo no abdômen e com lesões gástrica, de cólon e no pâncreas.
Carlos passou por cirurgia e segue internado, entubado, em leito de Centro de Terapia Intensiva (CTI) e aos cuidados da equipe multidisciplinar. Seu quadro de saúde é considerado gravíssimo.
"Meu primo está em estado gravíssimo porque perfurou o pâncreas dele. Ele teve uma evolução no hospital, disseram que está respondendo bem, que ontem (quarta-feira) teve uma boa melhora, mas o quadro ainda é delicado", explicou a prima.
O caso é investigado pela 65ª DP (Magé). Questionada, a Polícia Civil ainda não respondeu. O espaço está aberto para manifestação.