Casal Lucio e Silvania Santana está ansioso pela cerimônia do Oscar e esperando premiações para Ainda Estou AquiFlavio Trindade
Vizinhos da estação, Lucio e Silvania Santana são conhecedores da história de Rubens Paiva desde antes da onda causada pelo filme. O casal está orgulhoso de estar perto de um pedaço importante da história do Brasil. No dia 2 de março, eles estarão ligados na TV torcendo pela vitória brasileira e esperam que a atenção despertada traga melhorias para o entorno da estação.
"É bacana ter esse pedaço da história aqui do lado de casa. Estamos orgulhosos dessa mídia, é bom para a região. Eu já conhecia a história dele (Rubens Paiva) e o filme ajudou a tornar mais conhecida ainda. No dia do Oscar vamos assistir e torcer pelo filme e pela Fernanda Torres", afirmou Lucio.
Já sua esposa espera que a visibilidade traga melhorias para a região. "Aqui precisa de muito serviço, limpeza, segurança. Até a estação precisa de uma reforma. A Pavuna é muitas vezes esquecida, mas os governantes precisam ver que ainda estamos aqui, igual ao filme", completou Silvania.
A estação foi inaugurada em 1998, como parte do projeto de expansão da Linha 2, com objetivo de conectar a Zona Norte e Baixada Fluminense ao Centro do Rio e atender a alta demanda de transporte na região. Dentro, um busto de Rubens Paiva foi inaugurado em 2014 em sua memória. A cerimônia, à época, contou com a presença de familiares de Paiva.
Um segurança do Metrô observou que nos últimos meses muitas pessoas têm visitado o lugar, principalmente jovens, para tirar fotos ao lado da imagem.

Entre estes estavam as amigas Janara, professora, e Roberta, estudante de Engenharia Civil no Cefet, que apesar de moradoras locais, não conheciam a história do homem que dá nome à estação que frequentam praticamente todos os dias. Elas tomaram conhecimento graças ao sucesso do filme.
"Eu sempre morei aqui e não sabia. Estudo no Cefet e pego metrô todos os dias e só associei o nome da estação depois que vi o filme. Lembro de ter ficado surpresa e acredito que muito mais gente que mora por aqui não sabe", disse Roberta.
Professora, Janara ressalta o caráter educativo que o filme leva para a região. "Muita gente agora vai tomar conhecimento dessa história e ver o quanto foi importante para o país. Isso é educação", explicou.
As duas vão assistir ao Oscar juntas e agora ostentam com orgulho o fato de serem moradoras e usuárias da estação Rubens Paiva.
Engenheiro projetou moradias populares no bairro

Outro problema é a violência, pois a região tem em seu entorno os Complexos da Pedreira e do Chapadão, dominados por facções rivais e que estão sempre em conflito.
Oficial de cartório e conhecedor da região, Marcio Horowicz é morador da Tijuca e passou pela estação a caminho de um churrasco, mas fez questão de tirar uma foto ao lado do busto de Rubens Paiva. Ele ressaltou a contribuição do engenheiro para o Rio de Janeiro e o Brasil.
"Foi um nome importante para o desenvolvimento e deixou sua marca na história. É importante a história dele ganhar as telas e ser devidamente contada para as novas gerações. Eu gostei muito do filme e estarei torcendo. Vamos ganhar essa e a Fernanda Torres, que está fantástica, também vai levar. É Brasil com certeza, em filme e atriz", disse Marcio.
Sem previsão de reforma, moradores esperam melhorias na vizinhança

A vendedora Lara Correia diz que a segurança também é um problema na região. Ela torcerá muito pela vitória no Oscar e faz um pedido para os atores e produtores do filme. "Quando ganharem, poderiam vir todos fazer comemorar a conquista aqui. Como homenagem ao Rubens Paiva e para chamar atenção para a região e conseguirmos melhoras".
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