Rio — Um carro de colecionador foi apreendido no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (13), durante a Operação Astreia, que investiga uma quadrilha suspeita de crimes eleitorais nas eleições municipais de 2024. O veículo estava na casa do procurador-geral da Câmara Municipal de Nilópolis, Bruno Cabral Pereira, um dos alvos da ação.
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O carro é um Ford Shelby Cobra V8 302. Segundo um especialista do ramo, trata-se de uma réplica, cujo valor de mercado gira em torno de R$ 200 mil. Já o modelo original pode alcançar US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões).
Os agentes também confiscaram R$ 172 mil em espécie em outra residência, do prefeito de Nilópolis, Abraãozinho (PL), o principal alvo da ação, além de celulares e documentos.
Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa teria realizado um esquema de compra de votos, lavagem de dinheiro, fraude à cota de gênero e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral no pleito do ano passado.
Por meio das redes sociais, o prefeito disse que está à disposição da Justiça para esclarecer todo o ocorrido. "São mais de 20 anos de vida pública, sendo quatro mandatos como vereador e um de prefeito, sendo agora reeleito. Em todo esse tempo, minha atuação sempre foi pautada pela verdade e pelo comprometimento com a nossa cidade e com os cidadãos. Estou à disposição da justiça para que tudo seja esclarecido e tenho plena convicção de que a verdade prevalecerá", afirmou.
A reportagem de O DIA tenta localizar a defesa de Bruno Cabral. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Fraude nas eleições
A investigação teve início em outubro de 2024, quando policiais federais prenderam 24 pessoas em flagrante, 15 delas com dinheiro em espécie e uma lista com o nome de eleitores que teriam os votos comprados.
Na ocasião, em uma busca realizada no imóvel do então candidato, utilizado para organizar o esquema, a polícia também apreendeu R$ 63 mil em espécie, além de um carro adesivado com a propaganda dele e uma pistola com dois carregadores.
Segundo a Polícia Federal, com o aprofundamento das investigações, foi identificado um "complexo esquema de corrupção eleitoral", que envolvia candidaturas laranjas e uma rede de apoio de servidores públicos e políticos locais.
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