MPT e PF fiscalizam barracões na Cidade do SambaReprodução

Rio - O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Federal realizaram, nesta terça-feira (18), uma operação para verificar as condições de trabalho na Cidade do Samba, no Santo Cristo, na Região Central do Rio. De acordo com a pasta, a ação teve o objetivo de fiscalizar a segurança e saúde dos funcionários que atuam no espaço. Na semana passada, mais de 20 pessoas ficaram feridas durante um incêndio que atingiu uma fábrica responsável por confeccionar fantasias para escolas de samba da Série Ouro, em Ramos.
Na ação desta terça, auditores-fiscais e agentes da PF estiveram nos barracões das agremiações do Grupo Especial, onde acontecem as produções dos carros alegóricos e fantasias do Carnaval. 

Segundo o MTE, as escolas foram notificadas e deverão apresentar documentos, além de promover melhorias no local, como aprimorar as instalações elétricas, aplicar medidas de prevenção a incêndios, renovar o maquinário e apresentar uma movimentação de cargas mais segura.
Ainda durante a fiscalização, os agentes solicitaram a identificação de todos os prestadores de serviço que atuam nos barracões das agremiações. Além disso, as escolas foram notificadas para apresentar documentos que comprovem a regularidade dos funcionários e das condições de trabalho. Entre os pontos observados, está a necessidade de adequações nos vestiários e banheiros, visando melhorar as condições de higiene e segurança dos funcionários. Após a vistoria, houve uma reunião com representantes da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e do Rio Carnaval.
De acordo com o MTE, a Cidade do Samba costuma receber atenção especial nesta época do ano - período no qual a demanda por mão de obra aumenta significativamente no espaço - para que a festa "não ocorra às custas da exploração de trabalhadores". Posteriormente, será marcada uma reunião para o alinhamento de uma parceria entre a Prefeitura do Rio e a Liesa.
Incêndio em fábrica de fantasias deixa trabalhador morto

Um incêndio atingiu a fábrica de tecidos Maximus Confecções em Ramos, na Zona Norte, no último dia 12, e deixou 21 pessoas feridas. No domingo (16), Rodrigo de Oliveira, que estava internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, morreu. Outras oito pessoas permanecem internadas.

Nesta segunda (19), a Polícia Civil ouviu os donos da Maximus Confecções, que confeccionava fantasias para escolas de samba da Série Ouro. Os irmãos Márcio e Hélio Araújo prestaram depoimento ao delegado Tiago Dorigo, titular da 21ª DP (Bonsucesso).

A perícia identificou que a fábrica possuía ligações clandestinas de energia, conhecidas como "gato". Desde a última quarta-feira (12), o local está interditado. Ao fim do inquérito, eles podem responder por furto de energia e homicídio.

Além do inquérito da Polícia Civil, o Ministério Público do Trabalho (MPT) também investiga as condições de trabalho no local. Testemunhas relataram que havia funcionários dormindo na fábrica, incluindo adolescentes. A empresa será notificada a apresentar esclarecimentos, documentos e a lista de empregados, além das medidas adotadas para prestar assistência às vítimas do incêndio.