Policiais realizaram perícia na agência bancária após homem manter mulher refémArquivo / Lucas Cardoso / Agência O Dia

Rio - Ismael Fonseca da Silva, de 51 anos, que morreu baleado após manter uma mulher refém dentro de uma agência bancária no Leblon, na Zona Sul, foi condenado a nove anos de prisão, em 2016, por roubar duas pessoas utilizando uma garrafa de vidro quebrada. A ação foi parecida com a deste sábado (22), quando utilizou um caco de vidro para render Karla Cruz de Lima, de 41 anos.
Na época, segundo a decisão da Justiça, ele ameaçou as vítimas com o gargalo da garrafa e roubou seus celulares, sendo detido logo depois. "A natureza violenta do crime de roubo com arma por ele praticado e suas condenações anteriores demonstram sua periculosidade e a absoluta necessidade de manutenção da custodia para garantia da ordem publica, não havendo qualquer outra cautela suficiente para resguardo da ordem publica", diz o texto.
O homem já tinha outras anotações e condenações por roubos. Em 2013, a Justiça do Rio condenou Ismael a quatro anos, em regime semi-aberto, por assaltar um homem nos Arcos da Lapa, na região central, e por resistir à prisão, chegando a morder um policial que o deteve.
Ele acumulou processos desde a década de 1990. 
Morte em agência
Ismael, que vivia em situação de rua, manteve Karla Lima refém dentro de uma agência do Itaú, na manhã deste sábado (22), no Leblon, na Zona Sul. 
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) cercaram a área, por volta das 7h, e tentaram negociar a soltura da vítima, que só foi libertada após as equipes invadirem o local. Depois de quase duas horas de negociação, às 9h, o homem fez um sinal de que mataria a mulher com um caco de vidro. Nesse momento, os militares entraram no banco, no setor de caixas eletrônicos, e atiraram contra o agressor, que foi atingido por três disparos.
De acordo com o tenente-coronel Ludogero Antônio, comandante do 23º BPM (Leblon), equipes do batalhão estavam em patrulhamento quando se depararam com Ismael com uma garrafa de vidro quebrada, atacando a vítima.
"Imediatamente, a equipe fez contato com o Centro de Comando e Controle e com a supervisão do batalhão. Eu, o subcomandante e os supervisores partimos para o local e iniciamos a negociação, isolamos o perímetro e acionamos o Bope. Brevemente, o Bope assumiu a negociação e posicionou as equipe e atiradores para eventual intervenção, se necessária. O criminoso a todo momento exigia a presença da imprensa e o negociador entendeu por atender. Em dado momento, ele se exaltou demais e a vítima correu risco de morte, assim os negociadores do Bope optaram por intervir. Conseguiram neutralizar o sequestrador e a vítima saiu ilesa", relatou o comandante.
Baleado na cabeça, o bandido foi encaminhado em estado grave ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. De acordo com a direção da unidade de saúde, ele não resistiu e morreu no fim da manhã. Já Karla, que tem três filhos, não ficou ferida e prestou depoimento na 14ª DP (Leblon), que iniciou a investigação do caso. Com a morte do autor, o caso foi encaminhado à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).