Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) inicia, nesta quinta-feira (13), o julgamento das influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves. Mãe e filha são acusadas de injúria racial, após publicarem vídeos nas redes sociais em que parecem entregando bananas e um macaco de pelúcia para crianças negras, em maio de 2023.
A audiência acontece a partir das 13h40, na 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, no Colubandê, na Região Metropolitana do Rio. Além das acusadas e da mãe de uma das crianças que aparecem nos vídeos, cinco testemunhas de acusação e uma de defesa devem ser ouvidas. As influenciadoras se tornaram rés por injúria racial em janeiro do ano passado, depois que a Justiça entendeu que elas atacaram a dignidade humana das vítimas pela cor da sua pele e por estarem buscando promoção pessoal e social.
Entenda o caso
O caso veio à tona em maio do ano passado, após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar a ação de ambas nas redes sociais. Em um vídeo, ela chamou a atitude de Kérollen e Nancy de "racismo recreativo", que se trata da prática disfarçada de humor, quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão".
Nos vídeos, mãe e filha pedem para as crianças abordadas nas ruas de São Gonçalo, na Região Metropolitana, escolherem entre um presente ou dinheiro. Em dois casos específicos, quando as crianças optam pelo presente, ambas negras, uma ganha uma banana e outra um macaco de pelúcia.
Kérollen e Nancy, que possuem uma conta conjunta nas redes sociais, somam mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões de inscritos no Tiktok. Na época, o Ministério Público do Rio (MPRJ) recebeu mais de 700 denúncias contra elas e chegou a bloquear os perfis das acusas, que afirmaram não ter "intenção de fazer qualquer referência à temáticas raciais ou à discriminação de minorias".
Indiciadas pela Polícia Civil pelo crime de racismo, a dupla também foi investigada por coação, depois que a mãe de uma das crianças dizer que Kérollen e Nancy ofereceram dinheiro e cesta básica à mulher para que ela não denunciasse o caso.
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