Em 2019, o projeto de Mariah recebeu o Prêmio de Ações Locais da Prefeitura de Niterói, sendo reconhecido como Ponto de Cultura da cidade - UFF / Divulgação
Em 2019, o projeto de Mariah recebeu o Prêmio de Ações Locais da Prefeitura de Niterói, sendo reconhecido como Ponto de Cultura da cidadeUFF / Divulgação
Por O Dia

A Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Graduação em Processos Gerenciais da aluna Mariah Lima de 2017, realiza o projeto "Biblioteca de Aulas", para mudar a realidade de escolas públicas brasileiras, que vêm enfrentando problemas estruturais com a falta de recursos. O intuito do projeto era treinar voluntários para entrar em sala de aula propondo debates e dinâmicas variadas sempre que houvesse tempo vago.

"O objetivo é transformar um problema social em uma oportunidade de resistência. Entendemos que é possível despertar no corpo discente do ensino público o potencial necessário para que eles tenham autonomia de traçar novos rumos profissionais", explica Mariah.

A iniciativa se transformou em realidade quando, há quatro anos, a então aluna da UFF procurou a Secretaria de Educação de Niterói para uma parceria, juntamente com o antigo voluntário e colega de curso, hoje parceiro na gestão estratégica e operacional do projeto, Cleyson Melegari.

Receptivo à proposta, o órgão encaminhou a dupla para a Escola Municipal Levi Carneiro, que naquele momento enfrentava uma baixa repentina em seu corpo docente de sete professores contratados. Foram 45 dias de trabalho no colégio, com a ajuda de voluntários captados nas redes sociais e também nas salas de aula do Departamento de Empreendedorismo da UFF.

Assim, a universidade passou a ser também integrante do projeto, não só na captação de novos participantes, como cedendo espaços para treinamentos. Desde 2017, mais de 200 alunos da UFF, de diferentes áreas, já integraram o projeto. Uma nova etapa foi conquistada em 2018 quando o "Biblioteca de Aulas", já mais estruturado, se instalou na Escola Municipal Altivo César.

De acordo com Mariah, 70% do corpo docente estava próximo de se aposentar, sendo rotineiras as faltas e as licenças prolongadas. Em uma manhã na escola, em média, cada voluntário entrava de três a quatro vezes em sala de aula. Só no primeiro semestre, mais de 100 novos integrantes se filiaram à iniciativa, que impactou, até o final daquele ano, mais de mil estudantes.

Em 2019, o projeto recebeu o Prêmio de Ações Locais da Prefeitura de Niterói, sendo reconhecido como Ponto de Cultura da cidade. A premiação, que visa fortalecer práticas, atividades e projetos culturais, artísticos e de comunicação, homenageia coletivos que tenham reconhecimento da comunidade local ou do seu território de atuação.

Já ao longo de 2020, durante a quarentena, o projeto passou por muitas transformações. Com a suspensão das aulas presenciais, foi perdido o contato com os alunos e os colégios. Dessa forma, partiram para uma atuação on-line. Foi então que nasceram as "Jornadas Biblioteca de Aulas", que são encontros temáticos e diários com uma hora de duração, via WhatsApp, no qual estudantes e mediadores voluntários trocariam experiências e estimulariam o debate em um ambiente seguro e confiável de suporte.

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