Desabrigados das chuvas: reclamações de descaso e falta do aluguel socialDivulgação
Desabrigados estão há um ano esperando a promessa do Aluguel Social
Quinze deles estiveram na sede da Secretaria de Assistência Social e nada resolveram
São Gonçalo - Um grupo composto por 15 desabrigados das enchentes do ano passado esteve, na manhã desta quinta-feira (22), na Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de São Gonçalo. O motivo da visita foi para receber o Aluguel Social prometido desde fevereiro de 2023 pelo prefeito capitão Nelson. A resposta de Felippe Mattos Monteiro, secretário municipal de Assistência Social é para voltarem na semana que vem. Pior do que não receber, é ter que devolver parte do que recebeu. Foi o que aconteceu com um deles.
Manoel de Souza Silveira, de 73 anos, morador do Rio do Ouro é aposentado, vive há três meses entre idas e vindas à Secretaria de Assistência Social, recebeu R$ 7.200 em novembro e teve que devolver R$ 3.600, como afirma. "Recebi R$ 7.200 e devolvi metade deste valor, pois a Secretaria de Assistência Social entrou em contato comigo e pediu para fazer a devolução. Fiz sem questionar, e agora passo por tamanha humilhação. Toda vez que venho aqui, nunca resolvem meu problema", contou o aposentado.
Jorge da Silva, de 26 anos, morador do Engenho Pequeno, vive mesma situação. "Minha casa está toda rachada, telhas quebradas e interditada pela Defesa Civil. Moro com meu filho de favor com amigos. Tenho sido muito humilhado, pois venho aqui e hoje me disseram que não tenho direito a receber nada. Como assim?", revoltou-se.
Já Mauro Ferreira da Silva, de 58 anos, morador da Comunidade do Abacatão, no Boa Vista, não acredita que receberá depois de um ano da tragédia. "Não tenho o que fazer, pois o secretário pediu para voltar na semana que vem. O jeito é esperar. Fazer o quê, né? Mas estou muito desanimado com a situação, pois minha casa caiu e moro de favor na casa da minha mãe", lamentou o ajudante de cozinha.
Sem solução, o grupo voltou cabisbaixo para casa com a esperança de receber o benefício que está atrasado há 375 dias. Centenas de famílias receberam o laudo de interdição de suas casas e mesmo assim, depois de morarem de favor na casa de amigos e parentes, resolveram retornar para casas interditadas e continuar correndo risco de vida. É o caso de dona Delma Regina que voltou para a antiga residência e tenta por conta própria e muitas dificuldades recuperar o imóvel que interditado e danificado pelas chuvas.
"A cada chuva a gente se desespera um pouco mais. Só espero ter forças e ajuda de Deus para que nada me aconteça. Sei que é um direito nosso. Mas eles só lembram da gente pra fazer promessas e foi isso que o prefeito Capitão fez, promessa não cumprida", lamentou.
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