Hospital Maternidade Missão de São PedroReprodução/Internet
Funcionários de hospital denunciam atrasos salariais e condições precárias em São Pedro da Aldeia
Profissionais afirmam que enfrentam atrasos no pagamento do salário e falta de condições adequadas de descanso
São Pedro da Aldeia - Profissionais da área de enfermagem do Hospital Maternidade Missão de São Pedro, localizado no centro de São Pedro da Aldeia, fizeram uma série de denúncias sobre as condições de trabalho. Entre os principais problemas relatados estão jornadas desiguais, ausência de pausas adequadas para alimentação e descanso, além de frequentes atrasos no pagamento de salários.
Conforme denúncia, a escala de trabalho no hospital segue um regime de 12×36 horas para o setor de enfermagem, enquanto o berçário e o centro cirúrgico estariam operando em uma escala de 24×72 horas. Os profissionais relatam que essa distribuição tem gerado uma maior carga de trabalho para a equipe de enfermagem. Eles afirmam que pedidos de alteração na escala teriam sido feitos, mas até o momento, nenhuma mudança foi implementada.
Além disso, os profissionais relatam que “não possuem horários de almoço ou de jantar”, sendo obrigados a “engolir a comida e subir para o próximo descer”. Durante o período noturno, os técnicos de enfermagem afirmam ter “apenas duas horas de descanso”, enquanto as enfermeiras contam com “seis horas seguidas de repouso”, deixando os técnicos “sozinhos, sem uma supervisora”, exceto em casos de intercorrência.
Outro ponto destacado pela equipe de enfermagem é a ausência de médicos no hospital durante o período noturno. Segundo os relatos, anestesistas e pediatras “dormem em casa” e só comparecem ao hospital se forem chamados para uma emergência, o que, de acordo com os profissionais, sobrecarrega a equipe de enfermagem, que precisa “se virar” para lidar com situações críticas sem o apoio imediato de médicos.
Ainda de acordo com a denúncia, no berçário, a situação é semelhante, com apenas uma técnica responsável por até 20 recém-nascidos, o que, segundo os relatos, “fica apenas uma técnica berçarista pra vamos dizer 20 bebês”.
Os funcionários afirmam que os atrasos no pagamento do piso salarial são recorrentes e que precisam solicitar o contracheque para recebê-lo. Eles relatam que, mesmo quando o contracheque é entregue, o valor do piso não é corretamente informado. Além disso, dizem que o pagamento é feito via cheque, o que, segundo eles, tem causado problemas junto aos bancos. “O banco não reconhece como salário”, afirmou um dos denunciantes.
Os trabalhadores também afirmam que, apesar de o dinheiro ser repassado para o hospital pela prefeitura, os salários não são depositados imediatamente. “Demoram muito”, comentou. Eles ainda alegam que a administração “segura o dinheiro até o último minuto”.
“Eles fizeram o pagamento ontem (15) (…) [mas] o dinheiro já havia sido depositado desde o dia do repasse, mas eles ficam segurando até o último minuto. Temos que ficar nos humilhando e enrolando para pagar quem devemos porque eles não depositam o nosso dinheiro assim que cai na conta deles”, disse um denunciante.
Outro ponto de insatisfação é que, mesmo quando o salário é depositado, o valor nem sempre corresponde ao piso da categoria. “Não recebemos contra-cheque, só se solicitarmos, e no contracheque não vem o piso salarial”, acrescentou o denunciante.
Diante dos fatos, o Jornal entrou em contato com a prefeitura de São Pedro da Aldeia, que informou que “o Hospital Maternidade Missão de São Pedro é uma instituição particular, que possui apenas convênio com a Secretaria de Saúde para alguns tipos de atendimento, logo, a unidade tem gerência total sobre funcionários e procedimentos em saúde”.
O Jornal também entrou em contato com a unidade, questionando sobre as acusações, e aguarda retorno.
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