Mulheres da área rural de Saquarema plantam feijão guanduDivulgação/Prefeitura de Saquarema
No passado, eram os homens que se dedicavam ao cultivo, enquanto as mulheres ficavam responsáveis pela colheita e comercialização do feijão, gerando um dinheiro extra para a casa. Nas últimas décadas, no entanto, muitas deixaram a vida rural para ingressar em outras áreas do mercado de trabalho, o que diminuiu de forma significativa a produção do guandu, fazendo uma grande falta para aquelas mulheres que permaneceram nas roças.
De olho nessa situação, a Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca de Saquarema criou uma forma de resgatar a cultura e ajudar na autossuficiência das mulheres rurais. No Centro Demonstrativo da Produção Agrícola Municipal, desde 2022, o projeto vem plantando guandu em grandes quantidades e, nos dois últimos anos, as mulheres foram responsáveis por realizar a colheita que podem comercializar. Assim, conseguiram reconquistar essa fonte de renda.
Relação afetiva e autonomia
Diana Mendonça, de 52 anos, viveu na área rural de Saquarema a vida inteira e, apesar de plantar aipim, coco e banana, conta que a retomada do guandu fez muita diferença em sua vida: “Eu estava muito dura quando recebi a ligação da Prefeitura dizendo que teria guandu para colher e só tenho a agradecer. Mais do que dobrou a minha renda. Vendo os pacotes de 1kg entre R$25 e R$30”, conta ela, que tem uma relação afetiva com esse feijão. “Gosto de catar, plantar, colher e comer. É muito gostoso. Pode ser feito como feijão, com linguiça e carne seca, como farofa, como salada”, enumera.
Dona Áurea Matos, de 59 anos, também vem sentindo os impactos positivos da medida municipal: “É um projeto ótimo. Antes, a gente contava muito com aquilo e, sem, ficou muito apertado. O dinheiro do guandu me dá muita autonomia. Eu, em um ano, já tenho como comprar uma geladeira. É de muita ajuda para a gente”, afirma.
Cidade sai ganhando
“Como mulher, mãe e cidadã de Saquarema entendo a importância de termos a nossa renda e manter viva a cultura agrícola da cidade. Por isso, esse projeto do Guandu se junta a um planejamento sério e consistente de geração de renda que tem um olhar dedicado aos nossos pequenos produtores rurais. É do campo que nossos alimentos vêm e é também do campo que a economia de toda a cidade se fortalece”, comenta a prefeita Manoela Peres.
Ao mesmo tempo em que garante renda para as mulheres, a Prefeitura tem como contrapartida parte do feijão guandu colhido por elas. O alimento é usado pelo município e destinado a instituições públicas, como creches, unidades de saúde e projetos comunitários.
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