Rio - Um governo sem credibilidade não pode apostar em Medida Provisória para mudar as regras da previdência. Essa é a opinião do presidente nacional do Instituto dos Advogados Brasileiros, Técio Lins e Silva.
O jurista lembra que com as investigações da Lava Jato direcionados para o presidente Michel Temer por corrupção, a tendência é a de que o apoio político do comandante do Executivo desabe.
Com a palavra - Técio Lins e Silva, presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros
A mudança no Ministério da Justiça afeta o rumo da Lava Jato?
Isso é bobagem. Agora, passaremos a ter um ministro da Justiça, um advogado. Alguém que conhece o Executivo e vai fazer a interface com o Judiciário.
O pedido de impeachment da OAB contra Temer vai entrar na pauta da Câmara?
Só se o presidente da Casa, Rodrigo Maia, do DEM, se divorciar da mulher, filha do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco. Não há remédio contra isso.
O Temer ainda está forte politicamente?
Uma escrivã de polícia liga para o Palácio para marcar hora para ouvir o presidente que é investigado. É desmoralização com reflexo no Congresso e pode haver debandada.
O que o senhor acha da MP da Previdência?
Inoportuna. Um poder sem credibilidade não pode impor mudanças que deixarão feridas na máquina administrativa.