Rio - Não há turbulência entre o Judiciário e o Legislativo, pelo menos no Rio de Janeiro. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, foi homenageado na noite desta segunda-feira na Câmara de Vereadores do Rio com a medalha Pedro Ernesto, pela sua atuação na Lava Jato. A iniciativa foi do vereador Otoni de Paula, do PSC. Em um discurso duro contra a corrupção, Bretas disse que não via efetividade na justiça, mas tudo mudou com o julgamento do Mensalão.
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"Há 20 anos, quando comecei, não via efetividade na Justiça. Mas isso mudou. A sociedade evoluiu e passei a acreditar", disse, citando o caso do Mensalão como um marco. "Passei a ver a justiça criminal de outra forma. Não é importante o saldo bancário do acusado, decisões não serão acertadas em restaurantes de luxo ou resorts. A Justiça não tem que sofrer influência política. As pessoas se corrompem, não as instituições. Se fala em ditadura do Judiciário, mas isso é uma falácia. Defendo a ditadura da honestidade", afirmou.
O magistrado agradeceu sua família, que participava do evento, e uma comunidade evangélica da Zona Sul, da qual faz parte.
"Marcelo Bretas tirou da sombra o nível de corrupção. Um pai de família invejável", afirmou o juiz federal Wilson Witzel. "Os magistrados não são temidos por aqueles que fazem o bem, só o mal. Ninguém quer ser parente de quem não presta", afirmou o vereador Otoni de Paula