Rio - A avalanche de investigações sobre corrupção no Executivo e Legislativo coloca à prova o Judiciário. Nesse cenário de instabilidade política, decisões jurídicas — como a do TSE que absolveu a chapa Dilma-Temer —, sem levar em consideração as provas, jogam mais um poder no buraco.
Há ainda suspeita de espionagem do Planalto contra o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato, no STF.
Com a palavra - Michael Mohallem, professor da FGV Direito Rio
![](http://static0.odia.com.br/3e/h6/06/3eh606yuv2dhgfx6r4emzr6e7.jpg)
Investigações sobre corrupção colocaram o Judiciário em xeque?
O Judiciário vem sendo testado desde o início da Lava Jato, passando pelo impeachment da Dilma e a instabilidade política do Temer. Lula foi nomeado ministro, e Renan Calheiros atacou o Supremo. Houve tensões.
O julgamento do TSE não levou em consideração as provas.
Vai ser difícil a população entender como um juiz ignora a prova. É uma contradição. O tribunal ignorou provas que ele mesmo produziu. Os ministros afirmaram que a lei os obrigaram a fazer isso.
O Judiciário está indo para o buraco?
O Judiciário era a última referência. Não é comum ter heróis, mas tivemos o ministro Joaquim Barbosa e o juiz Sérgio Moro.
O que o senhor acha a da suposta espionagem contra Fachin?
Ainda tem pouco para avaliar, o Planalto nega; mas, se for verdade, seria o fim do mundo.