O livro 'Maria Luisa Rodenbeck - A Empresária Que Trouxe A Starbucks Para o País do Café' (Ed. Verbo Virtual, 204 págs, R$ 59) conta, com texto de Luciana Medeiros, a história da empresária que lançou uma operação da firma norte-americana no Brasil. E que morreu num acidente na Avenida Niemeyer há dez anos.
"Eu a conheci há muitos anos, através da amizade com sua irmã, Vera Novello, atriz e produtora. Ela era uma pessoa iluminada e inesquecível", lembra a autora. "Quando se completaram cinco anos de sua morte, surgiu a ideia de um livro que contasse sua trajetória. Isso me encantou imediatamente, por ter sido essa pessoa pioneira, com uma determinação incomum. E ao mesmo tempo afetuosa e de profunda visão humana".
Maria Luisa era casada com Peter Rodenbeck, que trouxe para cá marcas como o McDonald's e o Outback Steakhouse. A história da carioca, que levou nove anos para conquistar a marca de cafeterias para o país (e faleceu pouco tempo depois da inauguração das primeiras lojas), é marcada por ousadia e persistência. Luciana conta que a biografia também é uma forma da carreira inspiradora da empresária ficar eternizada. "A ideia de contar a vida de Luisa era um desejo da família, exatamente porque havia a sensação de que muita gente que não teve e chance de conhecê-la poderia ganhar muito com seu exemplo".
REALIZADORA
O livro faz uma retrospectiva da história de Maria Luisa, com depoimentos de colegas, amigos e família. Detalha a chegada da rede, as longas negociações e as inovações no processo. Foram 170 entrevistados. Entre eles, Howard Schultz, o empresário que criou a rede mundial de cafeterias. E ele diz que a empresária se destacou por possuir um perfil singular de realizadora no mundo dos negócios, misturando eficiência e afeto em suas ações.
"Ela tinha a capacidade especial de trazer as pessoas para perto. Não é fácil encontrar mulheres com a sua coragem. Agia com tanta naturalidade e espontaneidade! E era tão verdadeira", declarou o criador da Starbucks.
Luciana salienta que alguns aspectos destacavam-se nas práticas de Maria Luisa. "Escrevendo, muitas vezes lembrei da alegria dela e do muito que ela queria fazer ainda. E é emocionante ver que sua determinação transformou vidas de muitas pessoas. Ela pensava sempre nos empregos que estava criando, por exemplo", diz, e acrescenta: "Há muitas mensagens importantes no livro. Ela foi ousada, mas sempre muito preparada. Acreditava na educação e na formação, no poder da literatura e da arte para formar os espíritos. Ouvia as pessoas, ajudava sempre, mas não era paternalista. Suas portas estavam sempre abertas".
A autora crê que Maria Luisa é uma inspiração para as mulheres no mundo do empreendedorismo. "Era uma mulher de determinação incrível, uma batalhadora pela educação. E pelo país", conclui.