Macacos não são transmissores da febre amarela e matá-los é crime - Divulgação
Macacos não são transmissores da febre amarela e matá-los é crimeDivulgação
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O medo da febre amarela vem provocando uma situação que não tem nada a ver com a doença, mas que, igualmente, é preocupante. Na medida em que se fala mais sobre o assunto, aumenta o ataque criminoso aos macacos Brasil afora. E esses animais pagam com a vida uma conta que não é deles. São vítimas como nós. No Rio, parece estar fora de controle esse crime.

Em 2017, 180 macacos apareceram mortos no município do Rio de Janeiro (602 em todo estado), segundo a Vigilância Sanitária municipal. Desse total, 42% tinham sinais claros de agressões, ou seja, foram assassinados. Este ano, em três semanas, 131 macacos já apareceram mortos na cidade, com um aumento de 42% para 69% com sinais de agressão. O mico leão ameaçado de extinção compõe este grupo de animais assassinados brutalmente. As pessoas precisam atentar para uma informação importantíssima: os macacos não transmitem a febre amarela.

E matar macacos é um crime, com uma pena que pode passar de um ano de prisão. Há poucos dias, a subsecretária de Vigilância Sanitária, Márcia Rolim, deu a seguinte declaração: "Eu trabalho há 15 anos aqui na prefeitura e tenho 22 anos praticando a medicina veterinária. E nunca, nunca me deparei com um quadro de massacre de animais como esse que nós estamos vivendo. É uma verdadeira tragédia".

Muitos macacos são envenenados ou mortos a pauladas. E a morte desses animais pode se transformar em um problema ainda maior para os humanos, já que os primatas funcionam como sentinelas. Quando infectados e mortos por febre amarela, os macacos nos indicam onde o vírus está circulando, possibilitando estratégias de combate ao mosquito, que é quem transmite a febre amarela. E se o mosquito não encontra, no habitat dele, o macaco, ela vai procurar outro mamífero, ou seja, estaremos mais vulneráveis ainda. O que podemos fazer? Denunciar! Quem souber da prática de agressão e maus tratos a macacos deve ligar para o Disque-Denúncia (2253-1177). E, em caso de macaco morto, é preciso ligar para o 1746 da prefeitura. Não compactue com um crime inadmissível e desnecessário. Vamos proteger nossos macacos!

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