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O Hospital Federal do Andaraí (HFA) e o Hospital de Câncer de Barretos, em São paulo, firmaram uma parceria para desenvolver um estudo epidemiológico inédito no país. Os pesquisadores pretendem evidenciar quais as profissões são mais propensas ao desenvolvimento de cânceres. Os dados, coletados junto aos pacientes do HFA, serão analisados por integrantes das duas unidades em conjunto com membros da Fiocruz e do Ministério da Saúde. Estima-se que 19 tipos de tumor estejam relacionados a tarefas profissionais e ao ambiente de trabalho.

Segundo Maria Lúcia Feitosa, diretora do HFA, a partir do momento em que se constata o tumor, o médico não tem muito tempo para fazer associações relacionadas à ocupação do paciente. "O oncologista tem a maior preocupação em dar foco no diagnóstico para estabelecer o melhor tratamento. Por isso, é necessário formar uma comissão específica para analisar os dados coletados", diz a diretora.

A partir dos registros anteriores na unidade, os pesquisadores pretendem estabelecer relações entre a doença e a ocupação profissional, o que pode nortear inovações no tratamento ou medidas de prevenção. "Vamos melhorar o procedimento de coleta de dados e também produzir novos trabalhos voltados para pacientes com câncer", explica Camila Drumond Muzi, coordenadora do setor de Registro Hospitalar de Câncer do HFA.

ANÁLISE DE REGISTROS

Apesar da relação entre a ocupação profissional e o surgimento de certos tipos de tumor ser um fenômeno estudado há muitos anos em todo o mundo, no Brasil as pesquisas acabam comprometidas pela forma como são feitos os registros sobre câncer nos hospitais. Os registros de pacientes que realizam tratamento no HFA serão importantes para buscar a relação da doença com pessoas que estão em contato frequente com algumas substâncias no trabalho. Uma delas é o amianto, cuja produção e venda foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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