Rio - Até então com presença confirmada na Sapucaí este ano, Marcelo Crivella (PRB) está sendo aconselhado por políticos próximos e até por lideranças evangélicas a não ir ao Sambódromo. Nada contra Momo. A intenção é evitar possível vaia. O grupo que defende a ausência na Avenida argumenta que, no ensaio de domingo, foram ouvidas ofensas a Crivella nas arquibancadas. E que, com a transmissão da TV e de veículos internacionais, o dano seria potencializado. A alternativa, dizem, seria entregar a chave do Rio ao Rei Momo no protegido Palácio da Cidade tradição quebrada no ano passado.
"O desfile atrai atenção do planeta. Seria um suicídio", sustenta um aliado. A Igreja Universal também está preocupada. Teme que atos hostis respinguem na própria instituição, que lançará candidatos na eleição deste ano.
'Não devo, não temo'?
A popularidade de Crivella no Tribunal de Contas do Município está, digamos, atravessada. É que só o presidente da corte, Thiers Montebello, recebeu convite da prefeitura para o camarote da RioTur no Sambódromo. Os outros seis conselheiros foram ignorados, quebrando uma cortesia dos últimos governos. O TCM é responsável por julgar as contas do prefeito.
Aliás...
Thiers Montebello devolveu o convite.
Bretas fora da Lava Jato?
O juiz federal Marcelo Bretas, primeira instância da Lava Jato no Rio, em tese poderá ser substituído na tarefa. Foi publicado edital para o cargo de juiz substituto da 7ª Vara, da qual Bretas é titular. E, teoricamente, juízes substitutos ficam encarregados dos processos de número ímpar, como é o caso da Lava Jato (que termina com final 5101).
Segue
Mas Bretas, conhecido pela apuração minuciosa e pelo rigor, tem boas chances de permanecer à frente da Lava Jato. Como já ouviu testemunhas e acusados e proferiu sentenças, tem envolvimento com o processo. E isso é levado em consideração. A definição do responsável pela Lava Jato no Rio deverá sair em abril, quando o juiz substituto tomará posse.
Quebrando o galho
Hoje, quando Bretas precisa ser substituído, como no caso de férias, a juíza Caroline Vieira Figueiredo o faz de forma provisória.
Longe da Sapucaí
Portelense, Eduardo Paes (MDB) não deve ir ao Sambódromo. Planeja usar o feriado para passar tempo com a família, que ainda mora nos Estados Unidos por conta da escola dos filhos. A mudança das crias e da mulher para o Rio ocorrerá no meio do ano letivo.
Senado ou governo
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) investe pesado para que Paes seja candidato ao Senado numa chapa em que seu pai, o vereador Cesar Maia (DEM), seria o nome ao governo do estado. Alguns aliados dizem a Paes que, em meio à turbulência da Lava Jato, o melhor seria não se expor numa eleição para governador.
Recurso analisado
A defesa de Paes viu com bons olhos o pedido de vista de quatro desembargadores que, antes, tinham votado pela inelegibilidade do pré-candidato no Tribunal Regional Eleitoral. Acreditam que os argumentos, no mínimo, levaram à reflexão.
Em alta com o prefeito
O vereador Jairinho (MDB) segue favorito para assumir como líder do governo Crivella na Câmara.