Ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, o deputado federal Celso Pansera trocará o MDB pelo PT - Valter Campanato/ Agência Brasil
Ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, o deputado federal Celso Pansera trocará o MDB pelo PTValter Campanato/ Agência Brasil
Por PAULO CAPPELLI

Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo de Dilma Rousseff, o deputado federal Celso Pansera (MDB-RJ) revela ao Informe que trocará o MDB pelo PT na janela de transferência de março. Mais que isso, deixa o partido disparando contra o ainda correligionário Michel Temer: "O governo é ilegítimo. Só um presidente eleito nas urnas pode tocar pautas como a Reforma da Previdência." Em outubro, Pansera votou a favor de que Temer fosse investigado na Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal e, por isso, perdeu os direitos partidários no MDB por 60 dias. Para ele, a condenação de Lula é tentativa de "eliminar um campo da política no tapetão".

ODIA: Por que trocar o MDB pelo PT?

Celso Pansera: Primeiro eu decidi sair do MDB. Isso porque o MDB tomou a decisão de encaminhar favorável ao impeachment (da ex-presidente Dilma Rousseff). É um impeachment que não tem base jurídica clara, foi um impeachment político para destituir um programa e um governo legitimamente eleito. E a divulgação da 'Ponte para o futuro' (conjunto de intenções do governo Temer), que revelou um desmonte das leis que garantiram o bem estar da parcela da população que mais precisa do apoio do estado. Os ajustes que forem necessários fazer, vamos fazer com um governo eleito para isso. Não com um governo ilegítimo.

E por que escolher o PT?

Quero ir para um campo ideológico no qual eu tenha identidade. Tem um programa que eu concordo. Votei no Lula em 2002 e 2006. E na Dilma em 2010 e 2014. Esse campo provou que, com medidas macroeconômicas para estimular a economia interna, o Brasil tem potencial para desenvolver a indústria e reduzir a desigualdade social.

Mas no fim do governo Dilma o país enfrentava uma grave crise...

Não era final. Era início de governo. O governo tinha ainda dois anos e meio para reorganizar a economia quando houve o impeachment. A realidade econômica do país naquele momento era reflexo de uma crise mundial.

Não avalia que há um desgaste de imagem no PT, principalmente após a condenação em segunda instância do ex-presidente Lula a 12 anos de prisão? Ir para o partido logo agora não é prejudicial, eleitoralmente falando?

Não, não. Eu te diria que o PT é um grande partido, com uma capilaridade social muito forte, com uma inserção na sociedade civil muito sólida. O PT continuará sendo um grande partido. E com certeza estará no segundo turno. Nós esperamos que seja com o Lula, mas se não for com o Lula será com alguém. O PT tem espaço político para levar um candidato ao segundo turno.

A seu ver, a condenação a 12 anos foi injusta?

Acho que há uma forçação em cima de uma questão jurídica para eliminar um campo da política. Um campo significativo que nos últimos 30 anos sempre esteve nos momentos decisivos da política nacional. Querem eliminar esse campo no tapetão.

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