Equipes de profissionais levam atendimento às comunidades indígenasDivulgação/CRMV/RJ

A missão aconteceu nas aldeias Sapukai, em Angra dos Reis, e Paraty-Mirim, Araponga, Rio-Pequeno e Iriri-Pataxó, em Paraty. Durante a iniciativa, foram realizadas vacinações, vermifugações e coletas de amostras biológicas de animais e do meio ambiente, com o objetivo de identificar possíveis riscos sanitários. O trabalho foi conduzido por médicos- veterinários, biólogos, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais de saúde, reforçando o conceito de Saúde Única.
A ação contou com a participação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB-Fiocruz) e Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad), entre outros.
A médica-veterinária Carla Campos, servidora da Fiocruz e presidente da Comissão de Saúde Única do CRMV-RJ, destacou a importância do projeto.
“Estamos aqui na aldeia Araponga como parte de um projeto de Saúde Única que teve início nesta segunda-feira e se estenderá até sexta-feira. Essa primeira etapa envolve a Fiocruz, CRMV-RJ, UFPR, UFRRJ, Grad Brasil, DSEI Litoral Sul e conta com o apoio da Unoeste para as análises laboratoriais. Essa é uma iniciativa solicitada pelo DSEI e pelo Núcleo de Saúde Indígena, que depois continuará como projeto de pesquisa das instituições participantes, financiado por emenda parlamentar”, disse.
O médico- veterinário Eduardo Mayhe, embaixador da Costa Verde do CRMV-RJ e presidente das Comissões de Meio Ambiente e de Desastres do CRMV-RJ, reforçou o papel estratégico do veterinário nesse tipo de iniciativa.
“O médico- veterinário tem papel fundamental na defesa da saúde humana, animal e ambiental. Os animais foram vacinados e medicados com antiparasitários, além da coleta de amostras para análises laboratoriais. Em paralelo, os profissionais da SESAI também realizaram exames de sangue em adultos e crianças. O monitoramento ambiental, com coleta de material do solo e da água, é essencial para compreender os riscos sanitários e garantir melhores condições de saúde para a comunidade”, afirmou.
Para os moradores das aldeias, a iniciativa representou um marco, como detalha Ilda da Silva, (60) anos, responsável por dois cães, Florzinha e Pitoco.
“Fiquei muito emocionada porque só esse ano apareceu esse trabalho aqui na aldeia. Nunca consegui levar meus cachorros para o veterinário, essa é a primeira vez. Estou muito feliz, e eles ficaram alegres também”, contou.
O cacique da aldeia Araponga, Augustinho, também celebrou a iniciativa.
“Isso é muito bom, porque é a primeira vez que conseguimos esse atendimento na aldeia. Muitas pessoas estão aqui trabalhando, e isso é muito importante. Quero que venham mais vezes. Ano passado, estive em uma aldeia em São Paulo e soube que duas crianças faleceram porque contraíram uma doença de cachorro. A presença de profissionais de saúde aqui hoje é essencial para a nossa comunidade”.
Com um olhar voltado à prevenção e ao bem-estar das populações indígenas e de seus animais, a ação reforça a importância da abordagem da Saúde Única. O envolvimento de diferentes especialidades também evidencia a necessidade de um trabalho integrado para a promoção da saúde coletiva, ampliando os benefícios para as comunidades tradicionais.
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