Toninho da saúde (à esquerda) e Aquino do Papa (à direita) em frente à 118ª DP (Araruama)Ludmila Lopes (RC24h)/ Redes sociais
De acordo com registros realizados pelo próprio Aquino do Papa, ele vem solicitando socorro para Ademir desde o dia 18 de maio. O resgate foi feito neste mesmo dia e o homem levado ao hospital, mas a internação não durou por muito tempo, o que gerou revolta. Em uma das filmagens, uma das vizinhas afirma que ele voltou pior do que foi. “Largaram que nem um cachorro”, enfatiza a mulher.
A situação perdurou e, nessa terça-feira, Aquino esteve na Câmara de Vereadores, solicitando socorro. Inclusive, em uma das falas – sem citar o nome da pessoa -, ele afirma, revoltado, que um dos vereadores disse que “não é médico, portanto não teria como ajudar”. O homem cita ainda que convidaria a vereadora Penha Bernardes (PL) para acompanhá-lo em todo o processo. Ela não compareceu.
Já no caminho à casa de Ademir para efetuar o resgate, ele conta mais detalhes sobre o que aconteceu durante a breve internação do amigo. “Ao invés de darem remédios para o sistema ortopédico, porque ele está com problema de coluna e de braço quebrado, deram remédio cardíaco para ele (…)”, conta. Ao chegar no local, para surpresa, se deparou com uma ambulância da Prefeitura.
Mesmo com a chegada da PM, Aquino do Papa não para de filmar, inclusive dando zoom em Ademar, que estava na maca em situação critica. Durante a gravação, ele diz que fará um Boletim de Ocorrência de omissão de socorro por parte da Prefeitura quando chegasse à Delegacia Policial.
Neste momento, o socorro a Ademar foi ‘pausado’ para que todos esperassem a chegada da guarnição. Na gravação, no momento em que Toninho reclama das agressões, um dos policiais fala “socorre aí o paciente que é prioridade”. Depois de toda a confusão, finalmente o paciente foi levado ao hospital e, em seguida, as partes foram à delegacia.
Em vídeo compartilhado nas redes sociais, Toninho da Saúde, que foi agredido com um soco no rosto e braço, compartilhou a versão sobre o caso. Segundo relata, foi solicitada assistência para uma pessoa obesa em São Vicente, então, com a equipe, ele se dirigiu ao local. Enquanto era efetuado o socorro, Aquino chegou, e, conforme afirma, o homem estava agressivo.
“Em um momento seguinte, chega um tal de Aquino do Papa, agressivo, fazendo filmagem, falando coisas que eu não entendi… Eu posso dizer uma coisa a vocês: eu nunca passei por uma situação dessas. (…) Eu fui agredido no rosto, fui no braço… ele puxou arma para mim dentro do quintal da mulher. (…) O cidadão na maca, saindo de um lugar de difícil acesso… E ele gritando, filmando… Falando um monte de asneira. (…)”, conta Toninho.
“Quero pedir ao chefe do batalhão dele que veja o que ele pode fazer porque eu pensei até que ele ia me dar um tiro! Eu pensei que ele ia me dar um tiro! (…) Queria pedir às autoridades competentes: um homem desse não pode andar armado, isso é um perigo para a sociedade“, conclui o administrador.
O Boletim de Ocorrência sobre o caso foi registrado na 118ª Delegacia de Polícia (118ª DP). Também no local, Aquino fez uma gravação, onde ironiza a denúncia de Toninho. “Agora eles passaram a ser vítimas, estão se vitimando! O vitimismo de quem estava cometendo crime de omissão… Mas vamos esclarecer, porque eu não vou ficar calado (…)”, enfatiza.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Araruama em busca de esclarecimento e aguarda retorno.
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