Brasília - Os pais de uma criança de 10 anos acusados de agredi-la e torturá-la por quatro anos foram condenados pela juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara de Violência Doméstica do Butantã, zona oeste da capital paulista. A mãe da criança, Vanessa de Jesus Nascimento, foi condenada a 48 anos. Já o padrasto, Adriano dos Santos, condenado à pena de 33 anos.
As sentenças aplicadas ao casal foram rigorosas, todas em regime fechado. Eles foram condenados pelos crimes de lesão corporal gravíssima, redução à condição análoga à escravidão e tortura. Durante o processo, ambos alegaram inocência. A decisão é da semana passada, mas só ficou conhecida nesta terça-feira após reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
Segundo a denúncia, Vanessa e Santos usavam violência e submetiam a garota a intenso sofrimento físico e mental, em condição análoga à escravidão, obrigando-a a trabalhos forçados. Em depoimento à juíza, a criança contou que apanhava porque a mãe “queria a casa toda limpinha” e que as agressões ocorriam todos os dias. A garota também contou que sua mãe lhe dizia que nunca gostou dela e que não queria que ela a chamasse de mãe.
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Em sua decisão, de 30 páginas, a juíza relata um desses episódios violentos, que ela denominou “monstruosidades”, a que a criança era submetida. “Em uma das oportunidades, alegando que havia 'areia na cama', e sabe-se lá o que isto significaria aos olhos da dupla, a denunciada apertou a língua da filha com um alicate, causando-lhe extremo sofrimento. A seguir, em virtude de o ferimento sangrar muito, a denunciada costurou a língua da menina com agulha e linha e, a seguir, obrigou a criança a limpar o sangue que havia espirrado pela casa”, descreveu a juíza.
A criança também era obrigada a lavar a louça todas as noites e, quando os adultos julgavam que a tarefa não estava bem-feita, obrigavam-na a ficar em pé a noite toda, no banheiro, enquanto todos dormiam, ou a proibiam de se alimentar. A menina também foi submetida a socos e obrigada a ingerir bebida alcoólica. Os pais também a proibiram de ir à escola.
Com informações da Agência Brasil