Por adriano.araujo

São Paulo - A cerveja, presente nas nossas vidas há milhares de anos, tem ganhado cada dia mais admiradores, variedades de marcas e misturas nos últimos anos. A curiosidade sobre o seu processo de fabricação tem ido além dos “tours temáticos”, com imagens ilustrativas, narrados por um guia. Era preciso vivenciar, sentir a “experiência cervejeira”, com o barulho das máquinas trabalhando, o processo de preparação dos ingredientes, presenciar os tanques cheios do “líquido sagrado”.

Pensando nisso, a Ambev abriu sua fábrica em Jaguariúna, a 138 quilômetros da capital paulista, para proporcionar uma inesquecível imersão nesta cultura aos amantes da “breja”   — seja ela feita de malte, milho, trigo, aveia ou centeio — e conquistar ainda mais seguidores. E o melhor: a visita é gratuita, com direito a degustação direto do tanque às cegas - que cerveja é essa?-, na etapa onde o mestre cervejeiro bate o martelo se aprova o ou não aquele lote para distribuir para o consumidor.

Visitantes tem o privilégio de tomar uma cerveja direto do tanque. Esta etapa é o momento onde o mestre cervejeiro aprova a bebida para o consumoDivulgação

O tour dura cerca de duas horas e começa com as boas vindas dadas pelos guias e o mestre cervejeiro Werner Flaig, há 34 anos no ramo das cervejas. Em um “barzinho”, são passadas instruções e colocados equipamentos de segurança para andar na fábrica. No espaço é transmitido um vídeo institucional, que conta a história da cerveja e da empresa. Ao longo do tour são apresentadas as seis etapas do processo de produção da bebida: a brasagem, onde os maltes são escolhidos e passam pelo cozimento. Neste momento temos a primeira vivência sensorial, com a prova dos grãos, sentir o cheiro do lúpulo, além de provar o mosto, líquido resultado do cozimento dos ingredientes. Apesar de ainda não ser a cerveja propriamente dita, já se tem uma ideia de como ficará o produto e se pode ser continuado o processo.

A visita percorre a sala de controle de qualidade, a adega de resfriamento, a filtragem, fermentação, explicada através de painés explicativos, da guia e claro, do mestre cervejeiro. Na descida para a fábrica propriamente dita, cruzamos com dois pinguins, símbolos da Antártica, primeiro produto produzido no local. A tradição diz que quem passar por eles e não tocá-los nunca mais vai beber cerveja. Melhor não contrariar, né?

Tour mostra todas as etapas da produção da cerveja. Na imagem%2C ingredientes usados na fabricação da bebidaAdriano Araújo / Agência O Dia

Antes de conhecermos o processo de engarrafamento das cervejas, temos uma das partes mais bacanas do tour, que é a prova do mestre cervejeiro, onde se aprova ou não a bebida produzida. Com o copo usado pelos mestres, pegamos a cerveja direto do tanque na pressão e bebemos para dar o veredito: aprovada! Neste novo momento também temos a missão de adivinhar qual é a marca e descobrimos que bebemos um chope de Skol, que não é nem vendido no mercado. Após a aprovação, ela vai para o processo de pasteurização, onde finalmente vira cerveja.

Para o mestre cervejeiro de Jaguariúna, Werner Flaig, a oportunidade de abrir as portas para o público e explicar como a nossa amada cerveja é produzida é única. “Em 34 anos de profissão nunca vi esse movimento. Você pode mostrar o seu trabalho e tomar cerveja também é um negócio muito bacana”, conta.  Para ele, isso só fortalece a cultura cervejeira em expansão nos últimos anos.

História da cerveja e dos produtos Ambev são contadas pelos guias do tour cervejeiroAdriano Araújo / Agência O Dia

Para fechar com chave de ouro, os visitantes voltam para o bar onde são oferecidas harmonizações de algumas cervejas com petiscos. Flaig reforça o prazer que é beber uma “cervejinha” estupidamente gelada.

“Você consegue desenvolver todos os sentidos tomando uma cerveja. Começa ao abrir, aquele barulho único; depois o tato, o movimento de colocar a cerveja no copo; a visão, com aquela espuma única, branquinha; o olfato, que é natural ativarmos ao levar o copo até a boca; e claro, o paladar, com a espuma, o álcool extremamente agradável de digerir ”, explica.

‘Experiência inesquecível’

Segundo o vice-presidente industrial da Ambev, Maurício Soufen, a ideia de abrir uma das 32 fábricas espalhadas pelo país surgiu após um ótimo retorno com funcionários e seus familiares. A fábrica de Jaguariúna que tem cerca de 1.300 funcionários e produz as cervejas Antartica, Skol, Skol Beats, Brahma, Brahma Zero e Bohemia, inaugurada em 1993, foi a escolhida.

“A gente quer fazer disso aqui um lugar que as pessoas tenham uma experiência inesquecível. Como ganhou proporção, pensamos em fazer isso de forma mais organizada e escolhemos Jaguariúna, por estar perto de São Paulo e ter um público maior. A experiência de você visitar uma cervejaria é muito específica. Você tomar uma cerveja fresca, que acabou de ser filtrada, no pé do tanque, é algo que tem muito interesse”, contou.

O período de visitação está previsto para durar até o final do ano, quando a Ambev decidirá se o projeto será mantido e até espalhado para outras partes do país, inclusive o Rio de Janeiro, que já conta com a cervejaria Bohemia, em Petrópolis.

Passeio na fábrica da Ambev acontece em meio aos tanques de produção da cervejaAdriano Araújo / Agência O Dia

“Em Petrópolis tem a braçagem original da cervejaria, super conservada, uma cervejaria histórica. É uma das primeiras do mundo a produzir a cerveja Lager, que nasceu na cidade de Pilsen, na República Tcheca. Onze anos depois a Bohemia fez também esse tipo de cerveja”, contou.

Outras cervejarias abertas ao público, com um formato diferente de Jaguariúna, são as da Colorado e Gools Island (São Paulo), e Wäls (Belo Horizonte-MG), marcas artesanais adquiridas pela Ambev e que cada dia mais crescem no mercado nacional. A imersão no mundo cervejeiro proporcionada pela visita à fábrica mostra o quanto eles levam a sério o compromisso com o consumidor.

“Nosso maior desafio é estar em todas as ocasiões da vida das pessoas. Uma cerveja para momentos de comemoração, relaxamento, para saborear uma comida, no frio, calor, todos os momentos. Preencher todas essas ocasiões é o nosso principal desafio, e a gente acha que a cerveja tem essa vocação”, acredita.

Pinguins na descida da fábrica%3A tradição diz que quem passar por eles sem tocá-los%2C nunca mais beberá cerveja na vida. Gesto é repetido por trabalhadores a todo momentoAdriano Araújo / Agência O Dia

SERVIÇO

Os interessados no tour "Beer Lovers" podem fazer a  inscrição no site http://www.ambev.com.br/beer-lovers . As visitas são gratuitas, acontecem aos sábados no período da manhã e da tarde (10h às 14h30), com o limite de 20 pessoas por turma. Apenas maiores de 18 anos podem participar.


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