Rio - Diálogos apresentados pela defesa do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, mostra que os procuradores da Operação Lava Jato visavam se desvincular de Jair Bolsonaro (sem partido) para que a credibilidade da operação retornasse. As informações são da jornalista Mônica Bergamo.
Em 28 de março de 2019, a procuradora Jerusa Viecili disse a Deltan Dallagnol: "Precisamos nos desvincular do Bozo [Jair Bolsonaro], só assim os jornalistas vão novamente ver a credibilidade e apoiar a LJ [Lava Jato]". A grafia foi mantida de acordo com a versão original.
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Em outro momento, Jerusa completou: "Temos que entender que a FT [força-tarefa] ajudou a eleger Bozo, e que, se ele atropelar a democracia, a LJ [Lava Jato] será lembrada como apoiadora. eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso (vc sabe)"
Segundo a procuradora, os integrantes da Operação Lava Jato haviam perdido oportunidades de desvincular as suas imagens a Jair Bolsonaro. Uma dessas chances foi mencionada. Jerusa argumenta que no "caso Fávio", as cobranças teriam sido mais fortes "fosse qualquer outro político", numa referência a Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República.
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Deltan concorda e se diz favorável a ideia da força-tarefa 'se posicionar'. "Concordo Je. E se fizermos artigos de opinião? Acho que não da pra bater, mas da pra firmar posição numa abordagem mais ampla", finaliza Dallagnol.