Wanderson Mota Protácio já tinha passagem por homicídioReprodução
Crimes cometidos por Wanderson Mota podem resultar em condenação de mais de 200 anos
Além de assassinar a esposa, a enteada e um fazendeiro em Goiás, o homem também acumula uma lista de crimes em outros estados
Goiás - O caseiro Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, que confessou ter matado a esposa grávida, a enteada e um fazendeiro pode ser condenado a mais de 200 anos de prisão. Isso porque, além da série de crimes cometidos no último domingo, 28, o homem também acumula uma lista de delitos em Minas Gerais, Goianápolis e Maranhão. Agora, todos os casos serão julgados juntos em Corumbá de Goiás, onde foram registrados os últimos acontecimentos.
Somente em Corumbá, ele foi indiciado pelos crimes e feminicídio, aborto, furto qualificado, porte de arma, homicídio qualificado e latrocínio que juntos podem ocasionar uma pena de 112 anos. Esse tempo, porém, pode ser aumentado em até 45 anos. “Existem agravantes, como o fato dele matar a namorada na frente do filho, por exemplo. Mas isso fica a critério do juiz que irá julgar o caso. Se alcançar o limite máximo, a condenação dos crimes de Corumbá pode chegar a 157 anos”, explicou o delegado Tibério Martins Cardoso.
Segundo o secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP), Rodney Miranda, o caseiro sequer demonstrou arrependimento pelos crimes cometidos: "Ele está tranquilo, está falando, não está negando nada. Mesma frieza. Está querendo justificar o injustificável". Já em relação as comparações com o caso do criminoso Lázaro Barbosa, o secretário acrescentou que "os dois são criminosos perigosos, mas o histórico do Lázaro de continuar cometendo crimes e não se entregar fez com que adotássemos medidas mais incisivas".
Wanderson se entregou à Polícia Militar neste sábado, 4, em Gamaleira de Goiás, após seis dias de busca. Ele foi convencido a se render por uma fazendeira da região, que relatou como aconteceu o diálogo. "Eu estava dormindo e meu marido havia saído para pegar leite. Ele bateu na janela, apontou a arma para mim, falou que era um assalto e que ia me matar. Eu pedi calma, falei pra ele ficar tranquilo que eu iria ajudá-lo", afirmou Cinda Mara.
De acordo com a mulher, Wanderson chegou a 'pedir uma bolacha' para comer: "Ele pediu bolacha, estava tremendo demais porque estava com muito frio. A gente deu uma blusa para ele vestir, aí ele vestiu a blusa. Sentei na frente dele e pedi para me olhar nos olhos. Ele estava com revólver, estava carregado, cheio de bala", acrescentou.
O caso
O caseiro estava sendo procurado desde o último domingo, 28, quando matou a esposa que estava grávida de quatro meses, a enteada de 2 anos e 9 meses e um fazendeiro. As vítimas são Raniere Aranha Figueiró, de 19 anos, e a criança Geysa Aranha da Silva Rocha. Ambas foram mortas a facadas. O proprietário Roberto Clemente de Matos, de 73 anos, foi morto com um tiro na cabeça. Sua esposa, que não foi identificada, foi baleada no ombro e conseguiu escapar da tentativa de abuso sexual ao se fingir de morta.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o suspeito teria, ainda, tomado refrigerante com o fazendeiro antes de acertá-lo com um tiro na cabeça."A [mulher de Roberto Clemente] tentou correr e o Wanderson disse que a mataria, mesmo assim ela correu. Ele a derrubou, bateu em seu rosto e tentou estuprá-la. Não conseguindo, atirou também contra ela, acertando seu ombro. Caída no chão, se fingiu de morta. Então ele pegou a caminhonete da vítima e fugiu. A mulher conseguiu se deslocar até a propriedade vizinha para pedir ajuda", diz trecho do documento.
As informações são de que Wanderson teria discutido com sua esposa e, após matar mãe e filha, teria ido até a casa do patrão e roubado um revólver com seis munições. Na ocasião, ele atirou no fazendeiro e tentou violentar sua companheira. A produtora rural Simone de Jesus, que socorreu a mulher, contou que ela estava "muito machucada".
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