O vereador Camilo Cristófaro ainda não se manifestou após a negativa repercussão da declaração vazada na Câmara Municipal de São PauloReprodução

São Paulo - Após o vazamento da declaração de cunho racista feita pelo vereador Camilo Cristófaro (PSB) na sessão da manhã desta terça-feira, 3, na Câmara Municipal de São Paulo, o PSB decidiu desfiliar o vereador da legenda.
Ontem durante a CPI dos Aplicativos, o líder da bancada do PSB teve o áudio vazado. "Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né", disse Cristófaro. Após a fala, o presidente da sessão, Adilson Amadeu (União Brasil), pediu para que o áudio de Cristófaro fosse desligado, mas o estrago já estava feito. A vereadora Luana Alves (PSOL), além de questionar a declaração, pediu a suspensão da sessão e revelou que entrará com uma representação contra o vereador do PSB.
Segundo informações do G1, o partido informou que a decisão equivale a uma expulsão e foi tomada em comum acordo com as principais lideranças da legenda.
"No primeiro momento, a ideia era abrir o processo no Conselho de Ética para garantir o direto de defesa. Mas houve uma cobrança interna muito forte de membros do partido exigindo uma solução mais rápida. O próprio Camilo mandou uma carta no dia 28 de abril em pede o afastamento, e nela ele cita um artigo da Constituição que permite o desligamento com a anuência da direção do partido. Então aceitamos essa desfiliação. E juridicamente ela equivale ao processo de expulsão, então ele não faz mais parte do quadro do partido", disse Jonas Donizette, presidente estadual do PSB.
"A gente tomou essa decisão porque a reação foi muito forte. Temos uma negritude muito forte dentro do partido. O Márcio França [pré-candidato a governador] e a Tábata Amaral [presidente do diretório municipal do PSB] também falaram comigo sobre isso, foi um entendimento do partido como um todo", completou.

Em nota, a executiva municipal afirmou que "falas e ações racistas devem ser responsabilizadas com seriedade". "Como um partido que luta por justiça social e igualdade de oportunidades, é dever do PSB exigir que os seus quadros atuem de forma coerente. Falas e ações racistas devem ser responsabilizadas com seriedade. Só assim garantiremos um ambiente mais justo e menos violento na política e, consequentemente, na sociedade como um todo", diz o texto.