Anderson Torres foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro entre março de 2021 e dezembro de 2022 Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, deve depor na próxima semana, no âmbito da investigação que apura se ele foi conivente com a invasão dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8). A data exata ainda não foi divulgada.

Torres foi preso neste sábado (14) após desembarcar no Brasil de Miami, na Flórida, e foi conduzido para o 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, localizado no Guará, onde passou por audiência de custódia por videoconferência no Batalhão de Aviação Operacional (BAVOP). Ele seguiu preso.
A chamada foi mediada pelo desembargador Airton Vieira, magistrado integrante do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O procedimento é padrão para averiguar se havia alguma irregularidade na prisão.
O voo do ex-ministro aterrissou no Aeroporto de Brasília às 7h20. Ele saiu dos Estados Unidos, onde passava as férias, às 23h30 de sexta, 13. Imagens do momento de embarque mostram que Alexandre foi escoltado pela polícia americana. Segundo informações, ele foi vaiado por brasileiros que estavam no avião.
Prisão
A prisão foi decretada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é alvo de investigação sobre a atuação das forças de segurança durante a invasão das sedes dos três Poderes, no domingo passado, 8, em Brasília.

Para Moraes, "os comportamentos" de Torres "são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de congressistas e de ministros do Supremo. Segundo o magistrado, "absolutamente nada justifica a omissão e conivência" das autoridades públicas.

O ex-ministro de Bolsonaro foi demitido da Secretaria de Segurança Pública do DF por ordem do governador, agora afastado, Ibaneis Rocha (MDB) no mesmo dia em que os extremistas invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF.

*Com informações do Ig