Indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados, no Vale do Javari, na AmazôniaReprodução

As primeiras audiências do processo que investiga os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips começam nesta segunda-feira, 20, no Amazonas. Elas também vão ocorrer na terça, 21, e quarta, 22. Segundo o juiz da Vara de Tabatinga, Fabiano Verli, serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa e os réus.
Anteriormente, as audiências estavam marcadas para ocorrer nos dias 23, 24 e 25 de janeiro, mas não aconteceram por problemas técnicos, de acordo com a Justiça Federal no Amazonas.
Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados em junho do ano passado. Eles foram mortos a tiros e tiveram os corpos queimados e enterrados durante uma expedição em uma região da Amazônia, o Vale do Javari, que é palco de conflitos que têm se alastrado pela floresta: tráfico de drogas, roubo de madeira e avanço do garimpo.
No processo, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo "Pelado"; Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Dantos"; e Jefferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha" pelo assassinato das vítimas.
Os restos mortais das vítimas foram encontrados no dia 15 de junho. De acordo com o laudo da PF, Bruno Pereira foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça. Dom Phillips levou um tiro no abdômen/tórax. A munição usada no assassinato foi típica de caça.
Colômbia está preso Colômbia está preso desde dezembro do ano passado. Ele chegou a ser solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, em outubro. A prisão foi decretada novamente pela Justiça Federal após ele descumprir condições impostas quando obteve liberdade provisória. Colômbia também é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas.
Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia - Reprodução
Rubens Villar Coelho, conhecido como ColômbiaReprodução
Segundo as investigações, "Colômbia" tinha relação direta com Amarildo. "Não tenho dúvida que o mandante foi o Colombia. Temos provas que ele fornecia as munições para o Jefferson e o Amarildo, as mesmas encontradas no caso. Ele pagou o advogado inicial de defesa do Amarildo", disse Alexandre Fontes, então superintendente da PF no Amazonas na época do crime.
Colômbia é um comerciante que mantém uma loja de itens para caça e pesca no vilarejo peruano de Islândia, na região do Vale do Javari. No início de julho do ano passado ele se presentou à PF voluntariamente e foi detido por estar usando documentos falsos.
Villar é suspeito de integrar uma quadrilha que se beneficia da pesca e caça ilegais no interior da terra indígena Vale do Javari.