Bolsonaro cumprimentou apoiadores no aeroporto de Cascavel, no Paraná - Alan Santos/PR
Bolsonaro cumprimentou apoiadores no aeroporto de Cascavel, no ParanáAlan Santos/PR
Por O Dia
Em mais um ataque à imprensa livre, o presidente Jair Bolsonaro disse que a solução para acabar com as fake news seria acabar com os jornais. Em transmissão pelas redes sociais do filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Bolsonaro diz que "o certo" seria acabar com os veículos para que as notícias falsas parem de circular. "O certo é tirar de circulação, não vou fazer isso porque eu sou um democrata, Globo, Folha de S.Paulo, Estadão, Antagonista… que são fábricas de fake news", disse durante o passeio pelo litoral de São Francisco do Sul (SC), onde voltou a causar aglomeração e a circular sem máscara.
Na transmissão ao vivo, Bolsonaro também criticou as redes sociais que têm atuado contra a disseminação de notícias falsas na internet e disse ser favorável à tributação das plataformas. "O governo (precisa), junto ao parlamento, criar uma legislação, taxar mais ainda esse pessoal (redes sociais), que paga pouco imposto dentro do Brasil”, afirmou durante passeio pelo litoral catarinense, onde passa o Carnaval. Facebook e Twitter, entre outras redes, têm limitado ou excluído totalmente postagens que contêm informações falsas.
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O novo ataque de Bolsonaro à imprensa se soma a uma vasta coleção do presidente. Em janeiro, após a divulgação de reportagens que mostravam que o governo tinha gastado mais de R$ 15 milhões de leite condensado, Bolsonaro mandou a imprensa "enfiar no rabo" o produto.
O Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e lançado no último dia 26, mostra que o ano que passou foi o mais violento, desde o começo da década de 1990, quando a entidade sindical iniciou a série histórica. Foram 428 casos de ataques – incluindo dois assassinatos – o que representa um aumento de 105,77% em relação a 2019, ano em que também houve crescimento das violações à liberdade de imprensa no país.
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É importante destacar que a censura e o fechamento de veículos são características de regimes ditatoriais, alguns deles defendidos por Bolsonaro, como o dos militares no Brasil entre 1964 e 1985.
A censura e o fechamento de veículos são características de regimes ditatoriais, alguns deles defendidos por Bolsonaro, como o dos militares no Brasil entre 1964 e 1985.