Uma transsexual foi alvo de uma brutal agressão em Cabo Frio, na madrugada deste domingo (5), segundo relatos de testemunhas, em um caso chocante de transfobia.
A vítima, identificada como Ariela Nascimento, de 23 anos, assessora da vereadora de Niterói, Benny Briolly (PSOL), contou que estava acompanhada de seu namorado, que também é um homem trans, em um bar na comunidade do Manoel Corrêa, quando foi alvo de hostilidades por parte de um homem que expressou sua intolerância em relação à presença dela na localidade, devido à sua identidade de gênero.
Segundo relato, quando eles decidiram ir embora, foram surpreendidos por pelo menos cinco homens que partiram para a violência física com uso de madeira, espancando Ariela e o namorado, que tentou defendê-la.
A vítima afirmou que nunca havia enfrentado nenhum tipo de ataque na cidade ou em sua vida, sendo sempre respeitada. No entanto, neste incidente, ela foi confrontada por um homem fazendo piadas transfóbicas, o que culminou na agressão.
Após o ataque, Ariela e seu namorado foram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cabo Frio, onde, acompanhados da ativista Sara Wagner York e de Angel Queen, coordenadora do Fórum das Juventudes do Rio de Janeiro, denunciaram negligência e omissão. Conforme relatos, ao ser confrontado pela demora no atendimento, um segurança da unidade também agrediu o namorado de Ariella e Angel Queen.
“Eu simplesmente não tenho palavras para descrever toda a dor que sinto e o trauma que foi vivenciar, meu corpo todo está com marcas profundas, meu rosto não é mais o mesmo e to com medo do que pode acontecer com os golpes que eu tomei que chegaram a acertar meu silicone industrial que tenho nos seios, espero que haja justiça e que possamos ter acesso as câmeras do local aonde fui agredida para que os agressores sejam identificados e punidos, confesso que estou extremamente abalada e sem entender o que fazer agora”, declarou a vítima nas redes sociais.
Ariela e o companheiro vão fazer exame de corpo e delito em Araruama nesta segunda-feira (6).
Théo Silveira, Coordenador do Centro de Cidadania LGBTQI da Baixada Litorânea e o superintendente de Políticas Públicas LGBTI+ de Cabo Frio, Pedro Rosa, também acompanham o caso. Militantes de movimentos sociais de defesa da cidadania LGBTQI denunciaram o despreparo no atendimento prestado pela UPA diante do ocorrido.
O caso foi registrado na 126ª Delegacia de Polícia, e as autoridades estão investigando o ocorrido.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.