Hirano defende que é preciso avançar no direcionamento da conscientização de toda sociedade civil organizada Foto Secom/Divulgação

Campos – Somente em janeiro, foram registrados 60 casos de dengue em Campos dos Goytacazes (RJ), sinalizando para risco de epidemia da doença nos próximos meses. O atual cenário epidemiológico, com foco também na Covid-19, foi debatido nesta segunda-feira (30), durante a 38ª Reunião do Gabinete de Crise das Doenças Emergentes e Reemergentes.
O encontro aconteceu no auditório do Centro Administrativo José Alves de Azevedo; ficou decidido que, para evitar o avanço dos casos positivos de dengue no município, serão implementadas quatro medidas ao longo desta semana, envolvendo também moradores dos bairros e a sociedade civil organizada.
A iniciativa é da Secretaria de Saúde, levando em consideração que 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti (transmissor da dengue e também do zika vírus e da chikungunya) são encontrados em ambientes intradomiciliares; as ações propostas agora reforçam as que já são realizadas desde o ano passado.
Quanto à Covid-19, a constatação é de que avança para a Fase Branca do Plano de Retomada das Atividades Econômica e Social; as ações estão sendo atualizadas por meio de decreto municipal publicado no Suplemento do Diário Oficial desta segunda e detalhado em postagem no portal da prefeitura.
Uma das investidas contra a dengue é a ampliação da capacidade de atendimento ambulatorial e de hidratação no Centro de Referência da Dengue e Pós-Covid Dr. Jayme Tinoco Netto, já a partir de amanhã (31); além de capacitação dos profissionais das Unidades Pré-Hospitalares (UPH) para acolhimento e seguimento dos casos suspeitos e confirmados.
O secretário de Saúde, Paulo Hirano, resume que as ações serão integradas e visam combater os focos do Aedes aegypti por meio de grandes mutirões que serão realizadas pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em parceria com outras secretarias municipais: “também será desenvolvida campanha de informação à população sobre as formas de prevenção à dengue, zika e chikungunya, incentivando o autocuidado e a remoção mecânica dos criadouros”.
Hirano defende que é preciso avançar no direcionamento da conscientização de toda sociedade civil organizada: “temos que fazer, mais uma vez, um movimento conjugado de toda nossa sociedade civil; a doença não interrompe, ela é cíclica, a gente resolve uma hoje e amanhã temos outra para resolver; é assim que acontece na saúde”.
“Vamos precisar muito da nossa população nessas ações que serão conjugadas”, apela o secretário, reforçando: “eu repito, 80% dos focos do mosquito estão dentro das residências; então, é preciso que cada um assuma essa responsabilidade e faça aqueles exercícios semanais de tirar, pelo menos, 10 minutos para olhar o quintal e o interior do imóvel para ver se não tem nenhuma água parada”.
Participaram das discussões, além de Hirano, o subsecretário de Atenção Básica, Rodrigo Carneiro; responsável técnico da Vigilância em Saúde, Charbell Kury; diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Carlos Morales; subprocurador geral do município, Gabriel Rangel; secretário de Comunicação, Sérgio Cunha; assessor chefe do gabinete da Procuradoria Geral, Leonam Rodrigues, entre outros.
Em janeiro foram registrados 60 casos da doença na cidade; nenhum da chikungunya e da zika; já durante todo o ano de 2022, foram 211 casos de dengue, seis de chikungunya e dois de zika. “O que nos chama a atenção agora é que já temos 60 casos de dengue confirmados laboratorialmente; isso acende o alerta, pois veio acompanhado do índice de infestação predial de 5,2% para o Aedes aegypti”, adverte Rodrigo Carneiro.