Obras do programa Bairro Legal também são apontadas entre geradores de empregos Foto César Ferreira/Secom
Setor de serviços na ponta do ranking em geração de empregos
Dados destacam Campos como cidade-polo, influenciada por várias ações do poder público
Campos – O setor serviço é o que mais se destaca na geração de empregos no interior do Estado do Rio de Janeiro, com Campos dos Goytacazes sendo apontada como cidade-pólo no norte fluminense, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego; o município divide o ranking com Macaé, onde estão instaladas empresas que prestam serviço à Petrobras e a sede da estatal.
No período, o setor serviços em Campos apresenta saldo líquido de 703 contratações (sendo o segundo no ranking), correspondendo a um terço do total de empregos da região, que aparece com 1.620. Macaé apresenta saldo de 782 empregos com carteiras assinadas.
“Esse incremento do setor de serviços vai gerar um efeito interessante no consumo das famílias”, observa o economista e diretor de Indicadores Econômicos e Sociais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campos, Ranulfo Vidigal, resumindo: “Consequentemente, irá impactar positivamente em setores como o comércio, que é muito importante para o nosso município, cumprindo uma função interessante na geração de empregos em outros setores também”.
Na avaliação de Vidigal, o cenário no município mostra a contratação pelas escolas particulares, no início do ano letivo, e serviços de teleatendimento puxando o setor de serviços em fevereiro: “O comércio manteve a sequência de demissões do início do ano, mas num ritmo menor do que em janeiro; enquanto a indústria sentiu o impacto das demissões em uma concessionária que atende ao município”.
PODER PÚBLICO - O economista aponta que vários fatores, patrocinados pelo poder público municipal, influenciam nos resultados positivos na geração de empregos em Campos. Ele cita, como exemplos, processo de estabilização financeira da prefeitura; além do pagamento em dia dos servidores, que representa mais de R$ 100 milhões todo mês circulando no município, e dos fornecedores.
Também destaca os programas sociais, que permitem a movimentação financeira na cadeia produtiva e, ainda, as obras públicas e particulares no município: “A alta do setor de serviços trouxe impacto positivo nas novas contratações, aumentando a massa salarial no município e gerando mais receita própria, que permitiu a recuperação salarial dos servidores públicos”, acentua.
Ampliando os exemplos, Vidigal enfatiza que as obras públicas municipais também representam, substancialmente, geração de emprego e renda: “São Bairros Legais, construção de creches, escolas, novos calçadões, reforma de hospitais, revitalização de praças, recapeamento de estradas, entre outros investimentos de infraestrutura”.
“O número apresentado pelo setor de serviços foi considerado o mais dinâmico puxando para cima o saldo positivo geral: mas, em contrapartida, setores do comércio e indústria, por questões sazonais, tiveram saldos negativos, impactando no resultado final”, pontua o economista concluindo: “O comércio, por exemplo, tradicionalmente, em Campos, apresenta queda em janeiro e fevereiro, e o setor de indústria, volta a crescer no início da safra da cana-de-açúcar, em abril”.
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