Delegada Carla Tavares relata que a testemunha aponta ameaças, autores e propósito Foto Divulgação
Três empresários e dois advogados são presos, acusados de tortura e coação
Operação foi realizada em conjunto pelo Ministério Público e Polícia Civil, nesta quarta-feira, em Campos
Campos – Apreensões de várias armas e munições, cinco pessoas presas (dois advogados e três empresários, Este foi o saldo da “Operação Veritas Custódia”, realizada em conjunto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Civil, nesta quarta-feira, em Campos dos Goytacazes (RJ).
Até o momento, ainda há mais dois mandados de prisões a serem cumpridos, ambos já considerados fugitivos. A investigação apura crimes de tortura e coação de testemunha e familiares desta, tendo como alvos advogados e empresários que atuam em Campos.
Trata-se de desdobramento da investigação de assassinato ocorrido no final do no passado, no bairro do IPS, tendo como autor Rogério Matos Lopes (“Rogério Xerife”) e vítima o empresário Renato Maciel. Segundo a delegada Carla Tavares, titular da 134ª Delegacia de Polícia, a testemunha do caso teria sido ameaçada de morte para mudar o depoimento.
Os suspeitos são pessoas ligadas a “Rogério Xerife”. A delegada informa que além do acusado, dois filhos dele e o mesmo número de advogados também estão presos. “Um terceiro advogado não foi localizado e já é considerado foragido da Justiça; da mesma forma que outro suspeito ainda não localizado”.
“Veritas Custódia”, o nome da operação, quer dizer “guarda da verdade”. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e cinco dos sete de prisão expedidos, e endereços dos investigados nos bairros Calabouço, IPS, Parque Leopoldina, Parque Tarcísio Miranda, Parque São Caetano, centro da cidade e na Penitenciária Carlos Tinoco da Fonseca.
ARTICULAÇÃO - “Rogério Xerife” já estava preso e teve nova prisão decretada. Carla Tavares resume que a operação foi deflagrada a partir do relato de uma testemunha do assassinato de Renato Maciel, de que estaria sendo ameaçada e torturada para alterar sua versão sobre o crime praticado por Rogério Lopes.
A delegada relata que a testemunha havia procurado o Ministério Público, para denunciar que estava sendo vítima das ameaças, inclusive com uso de arma de fogo: “Ela inclusive teria sido levada a um cartório da cidade, com objetivo de assinar uma nova versão, para caracterizar que Rogério agiu em legítima defesa”.
Carla Tavares pontua ainda que a testemunha apontou os advogados e apresentou prints de mensagens ameaçadoras e até vídeo-chamada através do qual ‘Rogério Xerife’ a intimidava: “Foram apreendidas armas na casa do acusado. A operação começou a ser articulada na semana passa. As prisões são temporárias”, conclui a delegada.
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