São muitas situações na vida que nos trazem a sensação de um mal irreparável com perdas causadas por doenças, morte de entes queridos, perda do emprego, a piora da condição social, separação ou a não realização de um sonho. Segundo a nossa irmã psicóloga clínica Maria José G. S. Nery, as situações mais dolorosas referem-se à perda de alguém que amamos.
As pessoas ficam com a sensação de terem sido roubadas em algo a que tinham direito. Passam por um processo doloroso, que envolve sofrimento, medo, revolta, raiva, culpa, depressão, isolamento, desinteresse pelas atividades costumeiras ou excesso de atividades, que nada mais é do que uma fuga. Alguns podem até mesmo apresentar sintomas físicos e psicológicos de estresse, chegando a adoecer.
O tempo requerido para o luto, a fase de maior sofrimento, e a maneira de vivê-lo dependem de fatores, continua Maria José G. S. Nery. A recuperação de uma perda significativa leva de alguns meses a dois anos e, mesmo aí, alguns aspectos podem continuar não muito bem resolvidos. Além da tristeza, as situações dolorosas nos fazem descobrir em nós mesmos forças antes desconhecidas. Repensamos nossas vidas e nossos valores, passando a perceber o que realmente é importante e o que é supérfluo, nos transformando em pessoas mais ricas espiritual e emocionalmente.
Apesar das pessoas sentirem e reagirem diferentemente, existem pontos em comum nas situações de perda, quando geralmente passam por fases semelhantes. Quando descobrem que estão com uma doença grave ou alguém muito querido passa por este sofrimento, a morte inesperada nos faz passar por vários estágios. Vem o choque e a negação, não querendo acreditar na realidade. Depois, vem a fase da raiva, revolta (contra tudo, todos e até contra Deus) e muita mágoa.
Mais tarde, passam a negociar com Deus e com a vida, tentando fazer trocas e promessas, segundo a psicóloga clínica Maria José G. S. Nery. Mais adiante, ficam deprimidos, perguntando-se "por que eu?", "por que ele" (ou ela)? A seguir, a tendência é retraírem-se por algum tempo, afastando-se dos outros, enquanto buscam alcançar um estado de entendimento, paz e aceitação, isto é, aceitar aquilo que não pode ser mudado.
Estudos com mais de 20 mil casos de pessoas de várias culturas – e religiões – que passaram por experiências de quase morte (EQM) mostraram muita semelhança no que percebem naqueles momentos de "morte". As vivências e sensações são agradáveis e os pacientes percebem que, na realidade, a morte não existe, nada mais é do que uma passagem para um plano de vida diferente, como a borboleta que deixa o casulo. Se começarmos a ver a vida de maneira diferente, com maior entendimento, veremos que a morte jamais deve representar sofrimento, mas uma continuação da vida e da evolução.
Seguem algumas sugestões da nossa irmã Maria José G. S. Nery que podem ajudar nesta fase difícil:
Sobre sua perda e sua dor
Nos primeiros meses, muitos têm esta necessidade. Deixe que os outros saibam que este assunto não deve ser evitado. Aliás, lhe faz bem falar sobre isto. Abrir-se com alguém de confiança ajuda no entendimento e na aceitação. Quando os amigos entendem o processo, percebem que ouvindo e compartilhando o sofrimento estão ajudando. E você vai se sentir melhor desabafando. Com algumas pessoas, contudo, quando não quiser falar sobre o assunto, diga isso claramente.
Enfrentando o sentimento de culpa
Quando se perde alguém querido, é difícil sentir que se fez o bastante. Discutir este sentimento com alguém compreensivo e de confiança vai ajudar a distinguir a culpa real e irreal. Aos poucos, esta culpa começa a diminuir. Não se pode sentir responsável por não prever os acontecimentos ou sentir culpa como se tivesse tido a intenção de prejudicar alguém. Além do mais, temos que aceitar a realidade de que ninguém é perfeito, fazemos o possível de acordo com nossa capacidade.
Trabalhando os sentimentos de raiva e revolta
Estes sentimentos existem em face de uma grande perda. É importante percebê-los e expressar os sentimentos de raiva e amargura. Não adianta negá-los ou envergonhar-se deles, pois são normais. Irão desaparecendo com o tempo e a aceitação do fato.
Na segunda parte de como enfrentar uma grande perda, prosseguiremos com sugestões comprovadamente úteis, segundo nossa irmã, a psicóloga clínica Maria José Nery.
As pessoas ficam com a sensação de terem sido roubadas em algo a que tinham direito. Passam por um processo doloroso, que envolve sofrimento, medo, revolta, raiva, culpa, depressão, isolamento, desinteresse pelas atividades costumeiras ou excesso de atividades, que nada mais é do que uma fuga. Alguns podem até mesmo apresentar sintomas físicos e psicológicos de estresse, chegando a adoecer.
O tempo requerido para o luto, a fase de maior sofrimento, e a maneira de vivê-lo dependem de fatores, continua Maria José G. S. Nery. A recuperação de uma perda significativa leva de alguns meses a dois anos e, mesmo aí, alguns aspectos podem continuar não muito bem resolvidos. Além da tristeza, as situações dolorosas nos fazem descobrir em nós mesmos forças antes desconhecidas. Repensamos nossas vidas e nossos valores, passando a perceber o que realmente é importante e o que é supérfluo, nos transformando em pessoas mais ricas espiritual e emocionalmente.
Apesar das pessoas sentirem e reagirem diferentemente, existem pontos em comum nas situações de perda, quando geralmente passam por fases semelhantes. Quando descobrem que estão com uma doença grave ou alguém muito querido passa por este sofrimento, a morte inesperada nos faz passar por vários estágios. Vem o choque e a negação, não querendo acreditar na realidade. Depois, vem a fase da raiva, revolta (contra tudo, todos e até contra Deus) e muita mágoa.
Mais tarde, passam a negociar com Deus e com a vida, tentando fazer trocas e promessas, segundo a psicóloga clínica Maria José G. S. Nery. Mais adiante, ficam deprimidos, perguntando-se "por que eu?", "por que ele" (ou ela)? A seguir, a tendência é retraírem-se por algum tempo, afastando-se dos outros, enquanto buscam alcançar um estado de entendimento, paz e aceitação, isto é, aceitar aquilo que não pode ser mudado.
Estudos com mais de 20 mil casos de pessoas de várias culturas – e religiões – que passaram por experiências de quase morte (EQM) mostraram muita semelhança no que percebem naqueles momentos de "morte". As vivências e sensações são agradáveis e os pacientes percebem que, na realidade, a morte não existe, nada mais é do que uma passagem para um plano de vida diferente, como a borboleta que deixa o casulo. Se começarmos a ver a vida de maneira diferente, com maior entendimento, veremos que a morte jamais deve representar sofrimento, mas uma continuação da vida e da evolução.
Seguem algumas sugestões da nossa irmã Maria José G. S. Nery que podem ajudar nesta fase difícil:
Sobre sua perda e sua dor
Nos primeiros meses, muitos têm esta necessidade. Deixe que os outros saibam que este assunto não deve ser evitado. Aliás, lhe faz bem falar sobre isto. Abrir-se com alguém de confiança ajuda no entendimento e na aceitação. Quando os amigos entendem o processo, percebem que ouvindo e compartilhando o sofrimento estão ajudando. E você vai se sentir melhor desabafando. Com algumas pessoas, contudo, quando não quiser falar sobre o assunto, diga isso claramente.
Enfrentando o sentimento de culpa
Quando se perde alguém querido, é difícil sentir que se fez o bastante. Discutir este sentimento com alguém compreensivo e de confiança vai ajudar a distinguir a culpa real e irreal. Aos poucos, esta culpa começa a diminuir. Não se pode sentir responsável por não prever os acontecimentos ou sentir culpa como se tivesse tido a intenção de prejudicar alguém. Além do mais, temos que aceitar a realidade de que ninguém é perfeito, fazemos o possível de acordo com nossa capacidade.
Trabalhando os sentimentos de raiva e revolta
Estes sentimentos existem em face de uma grande perda. É importante percebê-los e expressar os sentimentos de raiva e amargura. Não adianta negá-los ou envergonhar-se deles, pois são normais. Irão desaparecendo com o tempo e a aceitação do fato.
Na segunda parte de como enfrentar uma grande perda, prosseguiremos com sugestões comprovadamente úteis, segundo nossa irmã, a psicóloga clínica Maria José Nery.
Átila Nunes
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