Conhecida como Cidade Jardim, Singapura tem espaços que integram a natureza no tecido urbano, despertando sensaçõesArquivo
O foco desse novo conceito de enxergar as cidades é a harmonia entre o ambiente construído e o sistema nervoso humano, com profundos estudos sobre como iluminação, cores, formas, texturas e organização dos espaços influenciam nossas emoções, cognição e bem-estar. A aplicação desses princípios pode transformar a qualidade de vida, reduzir o estresse crônico e promover a conexão social.
Esta nova forma de enxergar a ocupação dos espaços urbanos tem como um de seus princípios a conexão com a natureza. Cidades que integram parques, jardins, rios e corredores verdes não só melhoram a qualidade do ar, como também reduzem o estresse e aumentam a sensação de bem-estar. Exemplos como Singapura, conhecida como a “Cidade Jardim”, mostram como a integração da natureza no tecido urbano pode transformar a vida das pessoas.
Outro princípio da neuroarquitetura é a criação de espaços públicos que promovam a conexão social. Ganham destaque as praças, parques e áreas de convívio. Espaços bem projetados, com bancos confortáveis, sombreamento e atividades culturais, ajudam a combater a solidão e a fortalecer o senso de comunidade. A transformação de áreas degradadas em espaços arborizados e conectados foi uma das bases para a transformação de Medellín, na Colômbia, outrora conhecida mundialmente pelo tráfico de drogas e pelo domínio dos cartéis.
Não menos importante é a atenção com a mobilidade. Cidades que facilitam a locomoção e a orientação reduzem a ansiedade e melhoram a qualidade de vida. Sinalização clara, transporte público eficiente e caminhos pedestres agradáveis são exemplos de como a neuroarquitetura pode tornar as cidades mais acessíveis e acolhedoras. Copenhague, na Dinamarca, tornou-se um modelo de planejamento urbano centrado no ser humano, com ruas seguras para pedestres, ciclovias extensas e espaços públicos que incentivam a interação social.
Bons exemplos não faltam, e inspiram. A neuroarquitetura não é apenas uma tendência, mas uma necessidade em um mundo cada vez mais urbanizado. Ao colocar o ser humano no centro do planejamento urbano, essa disciplina oferece um caminho para criar cidades que não apenas funcionem, mas também inspirem, curem e conectem. Em um futuro onde a maioria da população viverá em áreas urbanas, a neuroarquitetura surge como uma luz guia para construir cidades mais saudáveis, sustentáveis e humanas. Afinal, as cidades do futuro não devem ser feitas apenas de concreto e aço, mas de espaços que nutram a mente e a alma.
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