Condenada, Maria Padilha foi acusada de trabalho escravo por ex-funcionariaFoto: Reprodução
Exclusivo Condenada, Maria Padilha foi acusada de trabalho escravo por ex-funcionária
Atriz teve que pagar mais de R$ 27 mil após ex-empregada relatar jornada de mais de 17 horas de trabalho
Maria Padilha, veterana da TV e conhecida por seus papéis de destaque nas novelas, foi condenada pela Justiça a pagar R$ 27.474,89 após acusações trabalhistas feitas por uma ex-funcionária. O caso, que vinha sendo mantido em segredo de Justiça, só agora foi revelado e a coluna Daniel Nascimento traz detalhes surpreendentes sobre a relação trabalhista entre a atriz e sua ex-empregada doméstica.
De acordo com os autos do processo, a funcionária foi contratada em outubro de 2019 sob a promessa de uma jornada semanal de segunda a sexta-feira. No entanto, logo na primeira semana, a rotina teria mudado, e ela teria passado a trabalhar seis dias por semana, incluindo os domingos. Conforme depoimento da moça, o trabalho começava às 5h da manhã e, frequentemente, se estendia, sem hora para acabar. Segundo a funcionária, o horário mais cedo que parou seus afazeres teria sido às 22h00, ou seja, 17 horas diárias de trabalho.
Além das longas horas, a empregada relatou que acumulava funções. Ela era responsável pela limpeza da casa, preparo das refeições, cuidado com o filho da atriz, compras de supermercado e até por alimentar o animal de estimação da artista. Com essa carga de trabalho, a funcionária afirmou que só conseguia tirar 10 minutos de pausa para o almoço, já que a rotina pesada não permitia o descanso completo de uma hora.
A situação se complicava ainda mais pela distância: a ex-empregada morava em Além-Paraíba, Minas Gerais, e precisava viajar semanalmente para o Rio de Janeiro para trabalhar na casa de Maria Padilha. Ela alegou que, embora recebesse um salário combinado de R$ 2.500, era obrigada a custear parte da passagem interestadual e o trajeto dentro da cidade, pois a atriz arcava com apenas metade desses valores.
A relação teria chegado ao fim em dezembro de 2019, de maneira conturbada. Após a funcionária ter afirmado, em uma conversa por WhatsApp, que considerava a situação um “trabalho escravo”, Maria Padilha teria encerrado o contrato. Na Justiça, a empregada buscou seus direitos, já que não tinha registro em carteira, apenas um contrato de confidencialidade que a impedia de divulgar informações sobre a atriz e sua casa.
É isso mesmo, caros leitores. Maria Padilha não assinou contrato trabalhista, mas teria se preocupado em confeccionar um documento que impedia a funcionária de expor o que acontecesse em sua residência.
Durante o processo, Maria Padilha tentou um acordo de R$ 4.500, recusado pela ex-funcionária. A Justiça acabou condenando a atriz a pagar valores referentes a férias, 13º salário, FGTS, vale-transporte, multas e uma indenização por danos morais, totalizando R$ 27.474,89.
O caso joga luz sobre a exploração de trabalhadores domésticos e as condições em que muitos vivem, mesmo em residências de pessoas influentes.
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