padre11fevARTE O DIA

A doença faz parte da nossa experiência humana. Mas pode se tornar desumana, se for vivida no isolamento e no abandono, se não for acompanhada pelo cuidado e a compaixão. Hoje, Dia de Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja celebra o Dia Mundial do Doente, e o Papa Francisco em sua mensagem nos convida a refletir sobre o fato de podermos aprender, precisamente através da experiência da fragilidade e da doença, a caminhar juntos segundo o estilo de Deus.
Ao caminharmos juntos é normal que alguém se sinta mal, tenha que parar pelo cansaço ou por qualquer percalço no percurso. E é nesses momentos que se vê como estamos a caminhar: se é verdadeiramente junto, ou se vai na mesma estrada, mas cada um por si, cuidando dos próprios interesses.
É verdade que nunca estamos preparados para a doença; e muitas vezes nem sequer para admitir a idade avançada. Tememos a vulnerabilidade, e a invasiva cultura do mercado nos impele a negá-la. Não há espaço para a fragilidade. E assim, a enfermidade quando irrompe e nos ataca, nos deixa atordoados.
Então, pode acontecer que os outros nos abandonem, ou nos pareça que devemos abandoná-los a fim de não nos sentirem um peso para eles. Começa assim a solidão. Na realidade, sentimos dificuldade de permanecer em paz com Deus, quando se arruína a relação com os outros e com nós mesmos. Todos somos frágeis e vulneráveis; todos precisamos daquela atenção compassiva que sabe se aproximar, cuidar e levantar.
Assim, a condição dos enfermos é um apelo que interrompe a indiferença e abranda o passo de quem avança como se estivesse só. Rezemos hoje, com a intercessão de Maria, Saúde dos enfermos, por cada um dos doentes e para que todos nós, tenhamos sempre um olhar de ternura para o outro que sofre.
Padre Omar