Nesse tempo da Quaresma, o Senhor nos convida à conversão. Cada um de nós deve se sentir interpelado por este chamado, corrigindo algo na própria vida, no modo de pensar, de agir e de viver as relações com o próximo.
É o tempo propício para reavivar as nossas relações com Deus e com o outro: abrir-nos no silêncio à oração e sairmos da fortaleza que é o nosso eu, quebrando as cadeias do individualismo e do isolamento e voltar a descobrir, através do encontro e da escuta, aqueles que caminham diariamente ao nosso lado.
Para realizar este caminho – voltar à verdade de nós mesmos, voltar a Deus e aos outros –, somos convidados a praticar o jejum, a oração e a esmola. São as vias clássicas, são comportamentos que devem expressar uma renovação do coração.
O jejum não é um simples sacrifício, mas uma atitude forte para lembrar ao nosso coração aquilo que conta e, ao contrário, o que passa. A oração não é mero ritual, mas um diálogo de verdade e amor com o Pai. E a esmola não é um gesto, cumprido rapidamente, para deixar a consciência limpa, para equilibrar um pouco o desequilíbrio interior, mas é um tocar, com as próprias mãos e as próprias lágrimas, os sofrimentos dos pobres.
Se nos colocamos humildemente sob o olhar de Deus, então o jejum, a oração e a esmola, não se reduzem a gestos exteriores, mas exprimem quem realmente somos: filhos de Deus e irmãos entre nós.
Não podemos desperdiçar a graça deste tempo sagrado: fixemos o olhar em Jesus crucificado e caminhemos respondendo generosamente aos fortes apelos da Quaresma. No final do percurso, encontraremos com maior alegria o Senhor da vida.
Padre Omar