No Evangelho, encontramos um poderoso gesto de Jesus que revela uma verdade espiritual: ao abraçar uma criança, Ele se identifica com os pequeninos, aqueles que dependem dos outros e se encontram em necessidade. Jesus nos ensina que devemos servir prioritariamente os mais vulneráveis, aqueles que não podem retribuir, pois é neles que encontramos a face de Deus. “Quem não receber o reino de Deus como uma criancinha, não entrará nele” (Mc 10, 15). Este versículo nos convida a refletir sobre nossa própria condição de dependência e necessidade de salvação.
Reconhecer-se pequeno é fundamental para acolher o Senhor em nossas vidas. Frequentemente, na prosperidade e no bem-estar, somos tentados a acreditar que somos autossuficientes e que não precisamos de Deus. No entanto, essa visão é enganosa. Cada um de nós, em nossa essência, é um ser necessitado. A verdadeira grandeza não está em nossos sucessos ou posses, mas na capacidade de nos abrir para o Senhor, especialmente em momentos de fragilidade.
Ao reconhecermos nossa pequenez, somos impulsionados a crescer de forma autêntica. Nossas lutas e vulnerabilidades são, na verdade, oportunidades para amadurecer e abrir nosso coração a Deus e aos outros. Quando enfrentamos desafios, como a dor, a solidão ou a doença, não devemos desanimar, porque com Deus as fragilidades não são obstáculos, mas oportunidades.
Na verdade, é precisamente na fragilidade que descobrimos o quanto Deus se preocupa conosco. As contrariedades, as situações que revelam a nossa vulnerabilidade são ocasiões privilegiadas para experimentar o seu amor. É nesse contato íntimo da oração que a ternura do Pai se torna ainda mais palpável. Quando nos sentimos sem importância, o Senhor se aproxima de nós, trazendo paz e força para continuar. Ele nos abraça como um pai que cuida de seu filho.
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