Rio — Auditoria feita por técnicos do Tribunal de Contas do Município constatou que, das 28 Clínicas da Família que a prefeitura deveria ter construído até maio de 2017, 15 ainda não foram concluídas. E aponta o motivo para o atraso: o governo de Marcelo Crivella (PRB) suspendeu, em março do ano passado, pagamentos previstos no contrato de R$ 140 milhões com a Engetécnica Serviços e Construções LTDA.
As vistorias do TCM foram concluídas há 22 dias, e a 2ª Inspetoria da Secretaria-Geral de Controle Externo trabalha na produção do relatório. Algumas das clínicas estão com apenas 50% das obras realizadas; outras, ainda na fase de fundação. Administradas pela Secretaria de Saúde, as Clínicas da Família focam em ações de prevenção e no diagnóstico precoce de doenças, a chamada atenção primária.
Resposta
Por meio da RioUrbe, a prefeitura disse que, quando a atual gestão assumiu, encontrou déficit de R$ 18,752 milhões "somente referentes a Clínicas da Família". Culpa o governo de Eduardo Paes (MDB) por não ter deixado destinação orçamentária para os serviços. A RioUrbe afirma ainda que aguarda a abertura do orçamento deste ano para continuar as obras e que, desde 2017, inaugurou cinco clínicas.
Prefeito em Brasília
Crivella se encontrou ontem, em Brasília, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Negocia o pagamento de juros mais baixos por empréstimos obtidos na gestão anterior. Também se reuniu com João Bosco, diretor de Ações Corporativas do Banco do Brasil. Pleiteia receber adiantado recursos dos royalties de petróleo para garantir o pagamento de aposentados e pensionistas. Curiosidade: a possibilidade de adiantamento é fruto de resolução aprovada em 2016 no Senado com apoio justamente do então senador Crivella.
Enquadrada
Líder do partido de Crivella na Câmara, Tânia Bastos (PRB) levou um puxão de orelha ontem no grupo de secretários municipais no WhatsApp. A vereadora escreveu textão criticando a atuação da Light após o temporal da semana passada. Dez minutos depois, Crivella enquadrou: "Reclamamos publicamente da Light e foi matéria no 'RJ-TV', da Globo. Enviei carta para a Aneel que gostaria que você fosse à tribuna e lesse bem alto. Defenda o governo, que tem feito tudo que pode pelos que mais precisam e dado todo apoio ao seu mandato".
Climão
Antes disso, Tânia havia elogiado o trabalho da Comlurb no pós-temporal, bem como o ex-presidente da empresa Sergio Eduardo de Oliveira. Chefe da Casa Civil, Paulo Messina (Pros), cujas críticas a Oliveira culminaram com a troca no comando da Comlurb, rebateu: "Não estamos numa sala de aula, em que se o aluno errar, perde ponto. Se errarmos, pessoas morrem."
'Zero chance'
A intervenção federal na Segurança do Rio e a posição de destaque do ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE), geraram burburinho de que ele poderia se candidatar ao Palácio Guanabara. Ao Informe, nega a possibilidade: "Zero chance."
Momento nada propício
Dia 14, um atirador matou 17 pessoas numa escola da Flórida. Enquanto isso, a nossa Câmara dos Deputados pretende pautar projeto que afrouxa regras para a posse de armas. Piada de mau gosto?