Por PAULO CAPPELLI

A lavação de roupa suja envolvendo a prefeitura e o Tribunal de Contas do Município atinge novo nível. Ao Informe, o conselheiro do TCM José de Moraes classifica como "alegações estapafúrdias e, se me permite, até imbecis as justificativas do prefeito Crivella e de seus secretários da Casa Civil (Paulo Messina) e de Educação (Cesar Benjamin)" para que o município não cumpra a determinação do tribunal de só começar novas obras após concluir as inacabadas.

Na sexta, Messina dissera, em audiência na Câmara Municipal, que não cabe ao TCM determinar como a prefeitura deve planejar suas ações. "O TCM quer nos obrigar a terminar obras onde, segundo a Lava Jato, houve roubalheira? Inclusive... deixa pra lá", disse, sem concluir a frase. Por pouco, não declarou guerra de vez e afirmou que membros do TCM estão na mira da Lava Jato.

Benjamin elétrico

Já o secretário de Educação, Cesar Benjamin, afirmara em texto no Facebook que o conselheiro Felipe Puccioni, que votou pela proibição de novas obras, é "mais um que quer governar sem ter sido eleito pela população".

Conflito de versões

A bronca do conselheiro Moraes, porém, se estende a Crivella: "A prefeitura usa de interpretações distorcidas das funções do Tribunal. As prerrogativas de cada órgão são invioláveis, o que parece desagradar ao exímio senhor prefeito". A corte sustenta que o TCM tem poder para barrar obras; a prefeitura, que a medida dependeria da aprovação da Câmara. Moraes continua: "Tenho certeza de que jamais serei citado por empresários na Lava Jato. Se o Messina tem alguma informação, que repasse aos excelentes policiais investigadores e procuradores da força-tarefa".

Isonomia

Já o conselheiro Felipe Puccioni lembra que o ex-prefeito Eduardo Paes (MDB) não tinha como prioridade terminar as obras da 'Cidade das Artes', iniciadas na gestão de Cesar Maia (DEM). E que o TCM obrigou o emedebista a concluí-las "para evitar danos que poderiam chegar a centenas de milhões de reais".

Aliás

A amigos, Puccioni disse que divulgaria um texto em sua página no Facebook para explicar tecnicamente a posição do tribunal.

Pré-intervenção

O site do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado, o Proderj, tem na capa a foto do "secretário de Segurança, Roberto Sá". O detalhe é que, com a intervenção federal, Sá foi exonerado há 13 dias.

Fim da novela

Advogado que atravancou a vida do prefeito com ações na Justiça, o ex-desafeto e agora novamente aliado de Crivella, Victor Travancas, ganhou um posto na prefeitura. Cuidará da agenda internacional de eventos na cidade. E tentará aproximar Crivella do Tribunal de Justiça, do Ministério Público do Rio e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ). Detalhe: contratado pela prefeitura, o Estatuto da Advocacia proíbe Travancas de... atuar contra o prefeito.

Um voo difícil

De uma águia política ao comentar a possível ida de Eduardo Paes (MDB) para o PSDB. "Muito difícil de acontecer. Se fosse o (José) Serra que quisesse, era uma coisa. O (Geraldo) Alckmin é conciliador, não vai comprar briga com os tucanos do Rio que não querem o Eduardo Paes no partido."

 

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