Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - Divulgação
Tribunal de Contas do Estado do Rio de JaneiroDivulgação
Por PAULO CAPPELLI

Rio - Afastados por denúncia de corrupção, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado já embolsaram mais de R$ 3 milhões em salários desde que foram impedidos de exercer suas funções. Os seis investigados na Lava Jato têm recebido os vencimentos normalmente, mesmo sem trabalhar, por determinação do Superior Tribunal de Justiça. 

O cálculo foi feito pelo Informe levando em consideração os salários brutos recebidos entre abril de 2017 e março de 2018 – a remuneração de apenas um conselheiro chega a R$ 54 mil por mês. Ao todo, foram gastos R$ 3.098.449 no período de inatividade. O insulto aos cofres públicos completará um ano no dia 29, quando foi deflagrada a Operação Quinto do Ouro.

Sem atraso

Se há servidores do estado que ainda não viram a cor do décimo terceiro salário, o mesmo não se pode dizer dos conselheiros afastados. Todos receberam em dia. José Maurício Nolasco, por exemplo, embolsou R$ 49.559 para auxiliar nas despesas de fim de ano. Vale ressaltar, porém, que a verba do TCE é oriunda de repasse obrigatório dos cofres do governo estadual (duodécimos), assim como ocorre com Tribunal de Justiça e com o Ministério Público do Rio.

Só o período afastado

O cálculo abrangeu o período em que o ex-presidente do TCE Jonas Lopes recebeu enquanto estava na ativa – ele se aposentou em setembro. Caso fossem levados em consideração os benefícios pagos a Lopes após a aposentadoria, a despesa seria ainda maior.

Tudo normal

Jonas Lopes, que confessou participação nas fraudes do TCE e delatou companheiros de Corte, tem recebido aposentadoria integral, como diz a regra.

Refrescando a memória

Os outros acusados de participar do esquema, ainda não citados pela Coluna, são Aloysio Neves, Domingos Brazão, José Gomes Graciosa e Marco Antônio Alencar.

Resposta

Deputado federal e pré-candidato ao governo do estado, Indio da Costa (PSD-RJ) afirmou, aqui na Coluna, ser "integralmente contra o PMDB, que destruiu o estado". Presidente estadual em exercício do partido, Marco Antônio Cabral (MDB-RJ) pediu direito de resposta: "Fiquei assustado ao ver o deputado Indio da Costa, pessoa que respeito, falar tão mal assim do MDB. Afinal, ele foi secretário de todas as administrações do MDB no estado".

Mudança de planos

Chegado hoje da Colômbia, Eduardo Paes (MDB) planejava ir à convenção que lançará a pré-candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à Presidência – tinha até visto voo para Brasília. Mas, às 15h, o ex-prefeito terá que comparecer à audiência no Rio em que foi chamado como testemunha de defesa de Alexandre Pinto, secretário de Obras de sua gestão.

Da polícia à política

A convite do vice-governador Francisco Dornelles (PP), o delegado da Polícia Federal Victor Poubel será candidato à Câmara dos Deputados pelo PP. Acertou ontem a sua filiação. Apoiador da Lava Jato e apontado como linha-dura, Poubel tem escrito artigos elogiando a Operação. O curioso é que o PP é o partido com mais parlamentares em Brasília investigados pela força-tarefa.

Imagem de Pezão

O Palácio Guanabara procura empresa de assessoria de imprensa "para promover o Estado do Rio de Janeiro e suas ações". Pagará cerca de R$ 15 milhões por um ano de serviço.

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