Carro da vereadora com marcas de tiro e vidros estilhaçados foi levado para a DH, após perícia inicial - Maíra Coelho / Agência O Dia
Carro da vereadora com marcas de tiro e vidros estilhaçados foi levado para a DH, após perícia inicialMaíra Coelho / Agência O Dia
Por PAULO CAPPELLI

Rio - A polícia trabalha com a hipótese de que dois carros foram usados para matar a vereadora Marielle Franco (Psol) anteontem à noite, no Estácio. Câmeras do Centro de Operações Rio mostram que, momentos antes do crime, o veículo onde estaria o assassino trafegava colado a outro, na mesma velocidade. Pelas imagens, os dois sedãs parecem ter a cor cinza. Um teria sido usado para fechar o carro em que estava Marielle; o outro, para transportar o autor dos disparos.

O Centro de Operações conta com dois tipos de câmeras. As usadas para aplicar multas têm qualidade superior, cujo zoom permite até ler placas de veículos. Já as que flagraram os carros suspeitos nas proximidades do crime têm o objetivo apenas de analisar as condições do trânsito e, por isso, são de baixa qualidade.

Ponto cego

O fato de a execução ter ocorrido num trecho da Rua Joaquim Palhares em que não há câmeras pode ser um indício de que os criminosos estudaram o local em que fariam a abordagem ao carro de Marielle.

Duas posturas

Apesar das diferenças políticas, o deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ) foi ontem ao velório de Marielle Franco (Psol) na Câmara Municipal. Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) postou no Twitter: "Se você morrer, seus assassinos serão tratados por suspeitos, salvo se você for do Psol, aí você coloca a culpa em quem quiser, inclusive na PM".

Questionamento

Do ator Humberto Carrão: "As grandes mídias estão tratando o assassinato de Marielle e Anderson como o 'primeiro grande teste' para a intervenção federal no Rio e não como um dos grandes sinais do que vem junto com a intervenção."

Último ato

Anteontem, no dia que Marielle seria assassinada, a página 39 do Diário Oficial da Câmara foi quase toda dedicada a mudanças em seu gabinete. Três pessoas foram exoneradas; outras três mudaram de cargo entre elas, a sobrevivente que estava no carro com Marielle.

Rolé na prefeitura

Primo do prefeito Marcelo Crivella (PRB), Mauro Macedo esteve ontem no edifício da prefeitura na Cidade Nova, onde, aliás, é visto com alguma frequência. Ex-tesoureiro de campanhas de Crivella, foi acusado na Lava Jato de ter recebido R$ 450 mil da Fetranspor em doações não declaradas.

Selfie e sermão

Único sacerdote da Igreja Católica a fazer campanha para Crivella em 2016, Padre Lázaro tomou um puxão de orelha do arcebispo Dom Orani Tempesta e perdeu a paróquia que comandava na Penha Circular. Recentemente, foi deslocado para atuar como auxiliar de outra igreja, na Tijuca. E mais: foi proibido de aparecer ao lado de Crivella em eventos da prefeitura.

Aposentado, mas...

Antônio Sá, o ex-assessor legislativo da prefeitura na Câmara Municipal, aposentou-se. Mas tem enchido o WhatsApp de vereadores com mensagens sobre política e votações da Casa.

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