Indio da Costa e Eduardo Paes anunciam equipamentos esportivos para Vilas Olímpicas e cursos de capacitação profissional, em 2013, na gestão do ex-prefeito  - Divulgação
Indio da Costa e Eduardo Paes anunciam equipamentos esportivos para Vilas Olímpicas e cursos de capacitação profissional, em 2013, na gestão do ex-prefeito Divulgação
Por PAULO CAPPELLI

Rio – Pré-candidatos ao governo do Rio, Eduardo Paes (DEM) e Indio da Costa (PSD) estão fumando o cachimbo da paz e já ensaiam a seguinte aliança: 'A' apoiaria 'B' ao Palácio Guanabara em troca do apoio de 'B' a 'A' na corrida pela Prefeitura do Rio em 2020. Quem será 'A' e quem será 'B' nessa história? O que estiver melhor colocado nas pesquisas para o governo até a véspera do registro de candidatura, em agosto, seria 'B'. Indio e Paes combinaram de manter encontros mensais para discutir a questão.

A aproximação entre os dois, que começou na semana seguinte à do Carnaval, ocorre após flechadas de Indio em Paes ao longo de 2017, via ataques nas redes sociais e por meio da imprensa. Ambos os caciques têm a mesma linhagem: deram seus primeiros passos na política na tribo chefiada, nos anos 90, pelo pajé Cesar Maia (DEM).

Divisão

Paes e Indio querem evitar o que classificam como "o erro de 2016". Avaliam que, na ocasião, o campo político que representam ficou fragmentado com candidaturas de Pedro Paulo Carvalho (DEM), Carlos Osorio (PSDB) e do próprio Indio à prefeitura. E que a divisão propiciou a tempestade perfeita para que Marcelo Crivella (PRB) fosse para o segundo turno com Marcelo Freixo (Psol).

Precaução

O "erro de 2018", acreditam, seria permitir um segundo turno entre Anthony Garotinho (PRP) e Tarcísio Motta (Psol).

Inimigo íntimo

O curioso é que Indio pode acabar sendo apoiado por Paes para disputar a prefeitura contra... Crivella, de quem foi secretário de Infraestrutura.

Contraponto

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) procurou a Coluna para rebater a ideia defendida pelo deputado estadual André Corrêa (DEM) aqui ontem. "Essa história de nos aliarmos à centro-esquerda e de termos o Carlos Lupi (PDT) como vice do Eduardo Paes não vai prosperar", diz. Segundo Sóstenes, em reunião da bancada federal com Paes, há duas semanas, ficou combinado que o vice seria indicado por PP ou PR.

Falando nisso...

Nome do PDT ao governo, Pedro Fernandes esteve ontem com Lupi. Diz que ouviu da boca do presidente nacional do PDT que a pré-candidatura ao Palácio Guanabara está mantida e será lançada na terça-feira, em Olaria.

Entrave federal

Apesar da proximidade com Paes, o PP ainda não decidiu quem apoiará ao governo. Ocorre que ninguém quer se coligar com o partido para a eleição à Câmara dos Deputados. O PP tem quatro candidatos fortes, mas não tem o que se chama de "meio-campo" e "rabiola", aqueles que, apesar de não se elegerem, ajudam a somar votos para fortalecer a coligação. As outras legendas acreditam que uma aliança apenas ajudaria a eleger os pepistas: um ônus sem bônus. Ou seja, a biruta do PP pode soprar na direção do candidato ao governo que aceite coligar para federal.

O 'x' da questão

Eliomar Coelho (Psol) apresenta hoje texto para alterar a quantidade mínima de presentes para que um projeto possa ser apreciado na Alerj. "Hoje, são necessários 36 deputados: a metade do total 1. Mas isso tem que ser ajustável. Há três presos e três licenciados. Tendo como base 64, seriam necessários apenas 33. A Câmara Municipal já funciona assim."

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