Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi - Divulgação/ PDT
Presidente nacional do PDT, Carlos LupiDivulgação/ PDT
Por PAULO CAPPELLI

Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi espera que seu partido seja apoiado pelo PSB na eleição ao governo do Rio. "Consolidando-se a aliança nacional à Presidência, seria o caminho natural", diz. Já sobre a disputa do presidenciável Ciro Gomes (PDT) com o nome que será indicado por Lula (PT), o cacique pedetista é enfático: "Entre o Lula e alguém indicado por ele há uma diferença fundamental."

O DIA: O senhor chegou a dizer que avaliaria apoiar Eduardo Paes (DEM) ao governo do Rio caso o DEM apoiasse Ciro Gomes (PDT-CE) à Presidência. O DEM ficou com Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Com isso, o deputado estadual Pedro Fernandes será o nome do PDT ao governo ou isso pode mudar?

Carlos Lupi: O DEM procurou a gente para conversar. Conversamos porque na democracia se conversa com todo mundo. Mas eles decidiram voltar para debaixo das asas tucanas. Nunca disse que a candidatura do Pedro Fernandes seria retirada, mas que, caso uma aliança nacional em torno do Ciro se consolidasse, poderíamos dialogar com essa possibilidade do apoio a Eduardo Paes. Como não existe mais a possibilidade, a solidificação da candidatura do Pedro acontece naturalmente.

O PDT tentará se aproximar do PT no Rio? Os petistas têm se encontrado com o pré-candidato Anthony Garotinho (PRP) e também ensaiam uma candidatura própria com Marcia Tiburi.

Com relação ao Garotinho, tenho que perguntar: se ele chamava o PT de "o partido da boquinha", como vai querer fazer aliança agora? É meio incoerente, não? Acho que o PT terá candidatura própria, independentemente de qualquer cenário, porque acham que assim vão eleger mais deputados, o que é legítimo.

Quais partidos o PDT pretende ter em sua aliança no Rio? Já tem alguma conversa avançada?

Acho que consolidando a aliança nacional com o PSB, o que está avançando bem, será natural uma contrapartida. Espero que o PSB do Rio faça uma aliança com o PDT para termos viabilidade ao governo. Estamos apoiando o PSB em outros sete ou oito estados.

Abordando agora a eleição à Presidência, por que o senhor avalia que o eleitor de esquerda deve votar no Ciro e não no petista que será indicado por Lula?

Porque nunca devemos escolher entre o indicado e aquele que é titular. O meu amigo Lula, vítima de um processo injusto, tem todo o direito de reivindicar que o PT tenha candidatura, mas a experiência de indicar alguém não foi feliz. Vimos isso com a minha amiga Dilma. Entre o titular e alguém indicado há uma diferença fundamental. O Fernando Haddad (ex-prefeito de São Paulo) é sério e honrado, mas como o Nordeste receberá essa candidatura? Não tem como vender um nome novo em um tempo tão curto. O Ciro já larga muito forte no Nordeste. E, no Sul e no Sudeste, tem bem menos rejeição que um nome do PT.

O vice ideal para Ciro...

Caso se consolide a aliança com o PSB, o Marcio Lacerda (do PSB, ex-prefeito de Belo Horizonte) é um nome muito palatável.

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