Por PAULO CAPPELLI

Rio - Eduardo Paes (DEM) escolheu neste domingo Comte Bittencourt (PPS) para ser seu vice na chapa ao governo do Rio. A decisão desagradou a partidos aliados, como MDB e PP. A maior revolta foi entre os integrantes do PP, presidido no Rio pelo vice-governador Francisco Dornelles. A legenda pleiteava indicar o vice e só abriria mão se este viesse a ser preenchido por alguém do PDT ou do MDB.

O PP oferecera nomes como os de Christino Áureo e Luiz Antônio Teixeira Júnior, respectivamente ex-secretários da Casa Civil e de Saúde do governo Pezão (MDB). Em entrevista ao Informe, Luiz Antônio Teixeira confirmou o descontentamento do PP como a opção de Paes.

O senhor era cotado para ser vice de Paes. A opção do ex-prefeito por Comte Bittencourt, do PPS, foi uma decepção?

Para mim, não. Ainda estou buscando espaço na política, esta será a primeira eleição que disputo. Mas certamente o PP, um dos maiores partidos do país, partido do vice-governador Francisco Dornelles, tinha essa expectativa de indicar o vice, por tudo o que o PP representa e pelo tempo de televisão que agrega. Com relação a mim, não. A vida é por etapas. Vou buscar ser um representante da Saúde e da população da Baixada Fluminense em Brasília.Tanto o sistema público de Saúde quanto o privado estão falidos.

O senhor é elogiado por Pezão por, em meio à crise, dar uma organizada na Saúde do estado. Secretário na gestão Cabral, Sérgio Côrtes confessou esquema de corrupção na Saúde. Foi difícil pegar uma pasta ainda sob efeito de uma má administração?

Tirar uma secretaria das capas dos jornais, reorganizar essa secretaria, sem dinheiro e em meio a uma crise ética e moral foi um desafio enorme. Hoje a Saúde está organizada, com os hospitais funcionando, com os equipamentos funcionando, com medicamento, com salários pagos. É outra realidade. Mas há distorções. A saúde do estado é penalizada pelo baixo investimento do governo federal. A União repassa anualmente R$ 3,5 bilhões para unidades federais no Rio. O estado recebe só R$ 550 milhões por ano.

Até este ano o senhor não era filiado a nenhum partido. Por que escolheu o PP? É uma legenda grande, mas sobre a qual recaem numerosas denúncias na Lava Jato nacionalmente.

Uma relação muito boa com o vice-governador Francisco Dornelles, que faz uma política de diálogo, que é a política em que eu acredito. Não acredito em nenhum tipo de radicalismo, nem de direita nem de esquerda.

O senhor é pré-candidato a deputado federal. Depois de dois anos comandando a Saúde do estado, por que Brasília?

Os erros principais da Saúde no Brasil, principalmente no Sistema Único de Saúde, estão ligados a erros no Ministério da Saúde.

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